segunda-feira, julho 14, 2008

Com problema de caixa, empresas imobiliárias são mais punidas na Bolsa

O drama das empresas imobiliárias no mercado de capitais já era anunciado. O Brasil tornou-se no ano passado o único lugar do mundo com mais de 20 companhias do setor listadas na Bolsa. O sintoma do exagero: 16 ações estão valendo menos do que na data de estréia. "A percepção dos investidores é que quase todas têm problemas de caixa. Pela pressão em mostrar lançamentos e venda, compraram terrenos muito caros. E grandes também, que demoram mais para vender", afirma o diretor-executivo da área imobiliária do Morgan Stanley, o espanhol Alfonso Munk. "Muitas empresas não estavam preparadas e foram à Bolsa para aproveitar o bom momento.
Para Munk, os planos de lançamentos feitos no ano passado para 2008 e 2009 foram inviáveis. "Neste ano estamos vendo mais permuta. As empresas não vão conseguir cumprir o VGV (valor geral de vendas), não têm dinheiro para isso."
Analistas, banqueiros e executivos de empresas do setor não acreditam em situações extremas, como quebra de companhias. "É difícil repetir a história da Encol. As empresas que estão na Bolsa têm um patrimônio muito maior. E os juros estão mais baixos", acredita o sócio de um fundo de investimento. Um caminho possível pode ser adiar novos projetos e reduzir o crescimento. "Eu, como investidor, não olho VGV, mas sim, margem. Prefiro reduzir o crescimento e entregar com margem", diz Munk, do Morgan Stanley, que tem participação na Abyara.
O consultor da Arsenal Investimentos, Gustavo Junqueira, não aprova redução de crescimento. "É uma solução medíocre. Empresa que está na Bolsa tem de crescer. Ela não pode deixar os investidores nessa situação", acredita. "Uma solução pode ser fusão ou a venda para um grupo maior." A compra da Agra pela Cyrela, em junho, foi o início desse processo, considerado irreversível.
A InPar precisa de R$ 400 milhões para compra de terrenos nos próximos 18 meses. "O mercado de ações está fechado para novas captações. Também está mais caro tomar crédito porque os juros subiram. Mas o que mais preocupa o setor é o arrocho monetário, que pode restringir a demanda por imóveis", diz o diretor de relações com investidores da InPar, Gustavo Felizzola.
(Fonte: O Estado de São Paulo, Patrícia Cançado)

Mercado vive a ressaca dos IPOs

Quase 70% das empresas que abriram o capital a partir de 2006 valem hoje menos do que na estréia na Bolsa
O dia seguinte a uma festa de arromba é uma boa analogia para o clima entre as novatas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Vive-se uma ressaca generalizada no pregão. Quase 70% das empresas que fizeram a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) a partir de 2006 estão com o preço abaixo do valor de estréia, segundo levantamento realizado pela Economática a pedido do Estado. Pelo menos 12 delas têm valor 50% inferior.
"Todo desenvolvimento positivo tem um lado escuro. E há dois lados com o boom dos IPOs do Brasil", disse por e-mail Aswath Damodaran, professor da New York University e atento observador do mercado de capitais brasileiro. "Quando muitas empresas abrem o capital ao mesmo tempo em um mercado em explosão, aparecem algumas companhias que nunca deveriam ter se tornado públicas - e transparência é parte do problema. Uma conseqüência é a redução do preço das ações, que claramente estava alto demais. A outra é o desapontamento de investidores que compraram nos IPOs esperando retorno de curto prazo."
Entre 2006 e 2007, 90 empresas abriram o capital, ante 16 nos dois anos anteriores. A euforia foi alimentada pelos investidores estrangeiros, responsáveis por mais de 70% dos R$ 70 bilhões levantados pelas estreantes nesse período.
A crise financeira americana veio e esses mesmos investidores venderam suas posições nas novatas, que normalmente têm menos liquidez. "Com a retração rápida, as fragilidades ficaram mais aparentes", acredita o consultor financeiro da Arsenal Investimentos, Gustavo Junqueira. "No Brasil, IPO ficou parecendo a única opção. Os empresários emergentes ficaram seduzidos pelo discurso dos bancos de investimento."
Bancos como o Credit Suisse e UBS Pactual, os líderes dos IPOs, financiaram muitas das empresas de menor porte que foram para a Bolsa. O objetivo era valorizar o passe das companhias. Na Agrenco, por exemplo, o Credit Suisse recebeu 6,8% das ações como bônus por liderar um empréstimo sindicalizado de US$ 150 milhões, usado para construir três usinas de biodiesel e esmagamento de soja.
Outro caso emblemático é o do Banco Cruzeiro do Sul, cujas ações já se desvalorizaram 51%. O prêmio pago ao UBS pelos empréstimos de R$ 225 milhões, tomados alguns meses antes do IPO, foi quase seis vezes maior que a comissão paga ao mesmo banco, responsável pela coordenação. Na oferta primária, o Cruzeiro do Sul captou R$ 574 milhões e repassou cerca de 5% ao UBS - quase R$ 30 milhões. Agora, o banco precisa de mais dinheiro para continuar crescendo. Só que a vida não é mais tão fácil. Na quinta-feira, a agência Dow Jones informou que o Cruzeiro do Sul pode adiar os planos de uma emissão de bônus no exterior.
As empresas pisaram fundo no acelerador acreditando que o mercado estaria aberto mais adiante. A Laep (Parmalat) teve seu preço-alvo rebaixado recentemente pelo UBS por não cumprir os compromissos de uso do dinheiro captado. Para Junqueira, o empresário não foi vítima, mas a dificuldade de gerir uma empresa pública foi ofuscada no processo. "No road show, você visitava 120 investidores em 15 dias. É muito rápido para o analista de um fundo absorver. Ele acabava confiando na placa do banco", diz Junqueira, que até o começo do ano era diretor de relações com investidores da Eztec, umas das empresas imobiliárias que mais têm sofrido na Bolsa. "Muitas companhias de médio porte que não tinham razão para ir a mercado vão derreter. E não se recuperarão, assim como muitas da bolha da internet em 2000 jamais se recuperaram", prevê o presidente de um banco de investimentos.
(Fonte: O Estado de São Paulo, Patrícia Cançado)

Bovespa tem maior déficit em operações com capital externo

A saída de capital externo da Bolsa de Valores de São Paulo não se restringiu ao mês de junho. A fuga prossegue, e com fôlego, neste mês.
Até o último dia 8, mais R$ 1,913 bilhão já havia deixado as ações brasileiras. Isso significa que os estrangeiros mais venderam que compraram ações nesse montante no período.
O mês de junho foi o pior mês da Bovespa nesse quesito. O saldo das operações feitas com capital externo no mês passado ficou negativo em R$ 7,41 bilhões, sendo o pior resultado mensal já registrado na Bolsa.
Nesse cenário, o mercado acionário brasileiro tem encontrado ainda maiores dificuldades para conseguir se recuperar. Como os estrangeiros são a categoria de investidores que mais movimenta recursos na Bolsa paulista, a saída pesada de capital externo tem dificuldades de ser compensada.
Em junho, os estrangeiros responderam por 37% do que foi "girado" na Bovespa.
"O que a Bolsa vive hoje é um problema de vulnerabilidade internacional. A participação dos estrangeiros é muito grande e sua movimentação pesa no desempenho do mercado", afirma José Augusto Miranda, chefe da mesa de operações da HSBC Corretora.
"As empresas e a produção brasileira não estão sofrendo grande impacto da crise internacional para termos uma justificativa razoável para a pancada que a Bovespa tem levado", diz Miranda.
A saída maciça de recursos nas últimas semanas fez com que 2008 fosse, até então, o pior ano para a Bovespa no que se refere ao balanço de estrangeiros. Levantamento até o último dia 7 mostra que o saldo dos negócios feitos com capital externo em 2008 está negativo em R$ 8,13 bilhões.
Curiosamente, abril havia sido o melhor mês da história, com os estrangeiros aplicando líquidos R$ 6 bilhões em ações brasileiras na Bolsa.
"O mercado vai seguir volátil durante o segundo semestre também. É muito complicado com o atual cenário fazer previsões sobre o rumo da Bolsa, que está sem uma tendência definida", afirma Miranda.
(Fonte: Folha de São Paulo, FABRICIO VIEIRA)

terça-feira, julho 08, 2008

Fundos apresentam menor ganho sobre a inflação desde 1996

A escalada da inflação abocanhou praticamente toda a rentabilidade registrada pelos fundos de investimento no primeiro semestre deste ano. A rentabilidade média real, ou seja, descontada a inflação, dos fundos nos primeiros seis meses de 2008 foi de apenas 0,9%, em bases anualizadas, de acordo com cálculos do site financeiro Fortuna. Trata-se do menor retorno desde 1996, início das atividades do site.
Na análise do diretor do Fortuna, Marcelo d’Agosto, o fraco desempenho pode ser uma das explicações para os pedidos de resgates feitos pelos investidores nos últimos meses. O setor acumulou uma captação líquida de R$ 23,7 bilhões no primeiro semestre, mas a maior parte desse valor veio de fundos de empresas estatais e dos governos. “Excluindo-se esses montantes, os fundos de investimento acumulam resgates de R$ 15 bilhões no ano”, pondera D’Agosto.
Ainda conforme os dados do Fortuna, o pico de rentabilidade real dos fundos foi registrado no primeiro semestre de 1999, quando atingiu 27,8% ao ano. Nos últimos cinco semestres, o desempenho também foi expressivo e superou o patamar de 10% ao ano.
Abaixo do CDI
Além de quase perder para a inflação, o desempenho dos fundos de investimento no primeiro semestre ficou abaixo do CDI – indicador de referência para as aplicações – pela primeira vez desde o primeiro semestre de 2005. Enquanto o CDI teve variação de 5,4%, os fundos registraram ganho de apenas 4,1% no período.
(Fonte: Agência Estado, Vinícius Pinheiro)

sexta-feira, julho 04, 2008

Movimento já contamina o investidor local

Os estrangeiros tiraram R$ 7,4 bilhões do mercado acionário do Brasil em junho, maior valor da história. O movimento já contamina o investidor local. Segundo o superintendente de renda variável do Banco Itaú, Walter Mendes, clientes da instituição, a terceira maior do País, tiraram dinheiro de ações quarta-feira e ontem. "É um movimento contrário ao de junho, quando os locais estavam comprando e amorteceram um pouco a queda da bolsa no mês."
A nova onda de aversão ao risco, como definiu Ivan Guetta, gestor de renda variável da GAP Asset Management, levou o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) a um novo tombo. Ontem, o indicador perdeu exatos 3%. Em julho, a perda já beira os 9% (é de 8,83%). No ano, atinge 7,22%. "É um movimento até difícil de explicar", afirmou Mendes. "Temos visto alguma irracionalidade nos últimos dias."
Ontem, não houve nenhuma informação nova relevante. O declínio da bolsa brasileira foi atribuído aos fatores que têm atormentado os investidores nas últimas semanas: incertezas sobre o futuro da economia mundial, dúvidas sobre a atividade econômica nos Estados Unidos e temores em relação à inflação global e brasileira, que têm obrigado os bancos centrais a elevar os juros.
(Fonte: O Estado de São Paulo, Leandro Modé)

quinta-feira, julho 03, 2008

Bolsa tem a maior saída de capital estrangeiro da história

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou em junho a maior saída de capital externo de sua história: R$ 7,415 bilhões. O movimento foi causado principalmente pela deterioração do cenário externo e o conseqüente aumento da aversão ao risco dos investidores internacionais. O resultado é superior, inclusive, ao saldo negativo acumulado no ano, que soma R$ 6,656 bilhões. O levantamento da bolsa paulista teve início em março de 1993.
"Com a piora na cena internacional, quem tem posição aqui dentro precisou tirar pra cobrir as perdas lá fora", disse José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, lembrando também o aumento do risco país do Brasil - taxa que mede a confiança do investidor estrangeiro na capacidade de pagamento da dívida do País. "No mês, o risco Brasil passou da casa dos 170 pontos para 234 pontos. A bolsa está muito exposta aos sintomas de aversão ao risco", afirmou o economista.
O recorde anterior foi registrado em janeiro de 2008, com a saída de R$ 4,731 bilhões. Em junho e novembro do ano passado a Bovespa também apresentou outros dois picos de retiradas, de R$ 3,248 bilhões e R$ 3,371 bilhões, respectivamente.
Depois de contabilizar a entrada líquida de R$ 6 bilhões em abril e de R$ 532,6 milhões em maio, em meio a euforia provocada pelo investment grade concedido pela Standard & Poor's (30 de abril) e a Fitch (29 de maio), parece que a piora do cenário externo voltou a pesar na Bovespa.
"Tivemos um breve 'suspiro' nos primeiros meses do ano, que atingiu o ápice em abril, mas o mercado de crédito nos EUA continua muito ruim, o desemprego não para de aumentar nos EUA, a gasolina está cada vez mais cara e ainda não sabemos ao certo a dimensão das perdas provocadas pela crise no mercado de hipotecas subprime para os bancos norte-americanos", disse Gustav Gorsk, economista-chefe do Banco Geração Futuro.
Durante o mês de maio, com os investidores ainda sob influência do grau de investimento, o Ibovespa atingiu a máxima histórica de 73.516 pontos no dia 20 - com giro de R$ 7,025 bilhões. Ao longo do mês passado, porém, a alta do petróleo acelerou, os temores de inflação ganharam força e o dólar continuou em queda. Reflexo desse cenário, hoje o índice fechou em baixa de 3%, aos 59.273 pontos - voltando aos níveis de março.
(Fonte: Agência Estado, Fabiana Holtz)

A GM perto da concordata


As cotações da GM já cairam 80% desde a máxima em 2004, e as cotações estão no mesmo nível da década de 1950. Segundo o noticiário, a GM está correndo o risco de entrar em concordata.

DICAS DE CONSULTORES

POUPANÇA
O rendimento está abaixo da inflação, por isso não é uma opção recomendada, apesar da segurança que oferece
FUNDOS DI
Como estão atrelados à variação da Selic e espera-se que o Banco Central continue aumentando os juros, podem ser uma boa alternativa
CDB
Os certificados de depósito bancário são emitidos pelos bancos e o retorno varia, mas tem superado a inflação (IPCA)
FUNDOS MULTIMERCADOS
Aplicam os recursos em diversos ativos (ações, títulos do governo, moedas), por isso têm um pouco mais de risco
BOLSA DE VALORES
Quem tem aplicações no mercado acionário não deve mexer, pois a expectativa é de recuperação no longo prazo. Se os recursos serão usados para saldar compromissos nos próximos meses, é melhor sacar e colocar em outro investimento mais conservador. Ainda há possibilidade de perdas, mas o interessado em fazer uma poupança para alguns anos pode aproveitar os preços de algumas ações neste momento
(Fonte: Folha de São Paulo, analistas de bancos e corretoras)

Índice Dow Jones entra no ''mercado do urso''

O Índice Dow Jones, o mais importante da Bolsa de Nova York, caiu 20,82% entre seu pico, registrado no dia 9 de outubro do ano passado, e ontem. Com isso, mergulhou no chamado "mercado do urso".
No mundo das finanças dos Estados Unidos, essa situação ocorre quando um determinado índice de bolsa apresenta queda superior a 20% em relação à sua pontuação máxima. Em bom português, significa que a tendência para esse mercado é pessimista. Quando é otimista, define-se como o "mercado do touro" - urso ataca de cima para baixo, movimento contrário ao do touro, que chifra de baixo para cima.
A queda de ontem do Dow Jones foi puxada pelas ações da General Motors, maior montadora americana, que despencaram 15,06%. Trata-se do menor nível em 54 anos. O declínio foi provocado por um relatório do banco Merrill Lynch, segundo o qual a quebra da empresa "não é impossível".
De acordo com os analistas, a GM poderá precisar de um aporte de capital muito maior que o mercado está antecipando - US$ 15 bilhões -, por conta das previsões muito mais fracas de vendas de automóveis nos Estados Unidos. A ação da montadora, segundo o relatório, poderá cair para menos de US$ 7 (ontem fechou pouco abaixo de US$ 10). "Uma quebra não é impossível, se o mercado continuar a se deteriorar e um incremento significante de capital não for feito."
O novo recorde do petróleo, cotado a US$ 143,57, também preocupa os investidores. "O petróleo é uma faca que continua machucando nossas costas", definiu o estrategista Marc Pado, da Cantor Fitzgerald & Co. Segundo ele, a tensão pode ficar ainda maior hoje, com a divulgação do relatório do mercado de trabalho americano em junho.
"O mercado está de joelhos e precisa de um estímulo, que pode vir dos números de emprego", afirmou Pado. A expectativa dos especialistas é de que o país tenha perdido 55 mil vagas no mês. A projeção para a taxa de desemprego é de 5,4%.
O economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, avalia que a tendência para os mercados - no Brasil e no mundo - é de volatilidade. "O petróleo e as commodities em alta e as dúvidas sobre a economia dos Estados Unidos criam um ambiente que mina a confiança", explicou. "Não se sabe como ficará a economia global nem como será o ciclo de alta de taxa de juros. Olhando para a frente, há muita insegurança."
HISTÓRICO
Desde 1900, na média, o Índice Dow Jones caiu 30% em relação ao pico nos períodos de "mercado do urso". Também na média, esses momentos duraram um ano. O pior de todos eles foi o da Grande Depressão. A tendência pessimista começou em 17 de abril de 1930 e terminou em 8 de julho de 1932. Nesse intervalo, o indicador derreteu 86%.
"Quando se olha os ?mercados de urso? da década de 60 para cá, nota-se que, em média, a queda foi de 31% e a duração, de 14 meses", disse William Sullivan, economista-chefe do JVB Financial Group.
(Fonte: O Estado de São Paulo, Leandro Modé)

Investidor se retrai e Bolsa cai 3,61%

Influenciado diretamente pelas vendas de investidores estrangeiros, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) caiu ontem 3,61%, terceira maior desvalorização do ano em termos porcentuais. O indicador encerrou o dia em 61.106 pontos, menor nível desde 31 de março.
A queda de 1,47% ontem jogou o Índice Dow Jones no chamado "mercado do urso". No jargão das finanças, significa tendência pessimista. A bolsa eletrônica Nasdaq recuou 2,32%. O Índice S&P 500, que reúne as principais indústrias dos Estados Unidos, caiu 1,82%, para a menor pontuação desde julho de 2006.
Uma série de fatores levou às perdas. A começar pelo petróleo, cujo barril bateu novo recorde na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), cotado a US$ 143,57. A disparada da commodity está entre as principais causas para a alta da inflação global.
Preços elevados são combatidos, principalmente, com aumento das taxas de juros, o que desacelera a atividade econômica. No caso dos EUA, é uma situação especialmente ruim, uma vez que o país já enfrenta uma desaceleração em decorrência da crise no mercado de hipotecas de alto risco (conhecido como subprime).
Um relatório do banco de investimentos Merrill Lynch sobre a General Motors, maior montadora americana, também abalou os investidores. No texto, os analistas não descartam a hipótese de quebra da empresa.
Segundo George Sanders, estrategista de renda variável da Infinity Asset Management, a notícia teve impacto en toda a cadeia do setor, derrubando ações de siderúrgicas e mineradoras. "O banho de sangue atingiu ações de empresas como Usiminas, Vale e CSN", exemplificou.
Os papéis ordinários da Usiminas despencaram 6,68%, os da CSN, 7,80%, e os PNA da Vale, 5,73%. As ações da Petrobrás também caíram fortemente ontem (4,21% no caso das preferenciais) em conseqüência de um relatório pessimista do banco JP Morgan sobre a exploração das novas descobertas de óleo no Brasil.
Em um ambiente já sensível por causa das preocupações com o futuro da economia americana e com a inflação mundial, informações como essas levam muitos investidores internacionais a se desfazer de ações em países emergentes.
"O fluxo de dinheiro estrangeiro para a Bovespa estava negativo em quase R$ 8 bilhões até o dia 27", observou o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto. Ontem, o Banco Central informou que o fluxo cambial - que resulta da entrada e saída de dólares - no País foi negativo em US$ 877 milhões em junho, sobretudo por causa de vendas de ações por estrangeiros.
A tendência para os próximos dias, de acordo com especialistas, ainda é de muito nervosismo. "Quem já está em ações deve ficar e quem cogita entrar no mercado deve se expor aos poucos", afirmou Campos Neto.
(Fonte: O Estado de São Paulo, Leandro Modé)

terça-feira, julho 01, 2008

Inflação supera todas as aplicações no 1º semestre

Com o mercado acionário em baixa e a retomada das elevações das taxas de juros, os fundos de renda fixa e os CDBs voltaram a se destacar. Porém, mesmo para essas categorias que estão com melhor rentabilidade, a inflação voltou a ser um motivo de desconforto.
No primeiro semestre, a Bovespa, que subiu 1,77%, acabou por perder até da poupança, que deu retorno de 2,99%. No período, os maiores destaques ficaram com os fundos de renda fixa, que deram retorno médio de 5,68% (até o dia 25), e os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que pagaram 5,20%. Os fundos DI renderam cerca de 5,19% no período.
Se for considerado o único índice de inflação fechado até o momento, o IGP-M, os preços subiram 6,82% no semestre, batendo todas as principais categorias de investimento. O IPCA acumulou alta de 2,88% até maio. Como as expectativas do mercado são que o IPCA registre alta de 0,70% em junho, segundo a pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central, o indicador deve engolir também a rentabilidade anual da Bolsa e da poupança.
No caso do dólar, a moeda não tem sido uma opção interessante na qual aplicar as economias, como ocorria em um passado recente. O dólar teve perdas de 1,90% no mês recém-encerrado, o que levou sua depreciação diante do real para 10,13% em 2008. No ano passado, a divisa americana já havia se depreciado em 16,85%.
O dólar encerrou o semestre vendido a R$ 1,597, em seu mais baixo nível desde janeiro de 99, quando o governo, diante de uma grave crise cambial, liberou a cotação da moeda.
No mês de junho, os retornos da renda fixa e do CDB ficaram no topo também. Para a Bovespa, o mês foi especialmente ruim, sendo o de pior desempenho desde abril de 2004.
Os fundos de renda fixa -que carregam títulos públicos e privados que pagam taxas de juros, especialmente prefixadas- deram retorno médio estimado em 1,06% em junho. Os CDBs pagaram 0,91%. A poupança teve retorno de 0,62%.
Com o atual ciclo de alta da taxa básica Selic -parâmetro para os juros praticados no mercado-, essas aplicações tendem a se manterem como destaque de rentabilidade. A Selic está em 12,25% e o mercado projeta que alcance, ao menos, 14,25% no fim de 2008.
"No mês, os fundos de renda fixa tiveram rendimento um pouco acima dos fundos DI. Com as incertezas do mercado sobre a magnitude da alta de juros a ser efetuada pelo BC, continuarão apresentando alta volatilidade, sendo uma opção de diversificação para investidores moderados e agressivos", afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
Os fundos DI, que carregam muitos papéis pós-fixados em suas carteiras, podem ganhar atratividade com o correr do ano. No mês, devem fechar com retorno médio de 0,98%. Os títulos pós-fixados acompanham a oscilação das taxas para definir o retorno que os investidores receberão.
Neste ano, os DI aparecem como destaque na captação de recursos. Segundo dados da Anbid, a categoria está com captação positiva de R$ 6,56 bilhões em 2008. A renda fixa está com saques líquidos de R$ 6,79 bilhões no ano.
(Fonte: Folha de São Paulo, FABRICIO VIEIRA)

segunda-feira, junho 30, 2008

Futuro incerto

Se os Estados Unidos voltarem a subir sua taxa básica de juros, que está em 2% ao ano, a saída de capital do mercado acionário doméstico pode se aprofundar. Isso porque, se os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mundo, passarem a render juros maiores, cresce a possibilidade de grandes investidores migrarem de aplicações mais arriscadas (como é o caso das ações) para eles. A concretização de um cenário desse poderia ser ainda mais punitivo à Bolsa local.
Para os estrangeiros, a Bovespa ainda tem gordura para queimar. É que em dólares a Bolsa ainda registra ganhos de 10,93% acumulados em 2008.
(Fonte: Folha de São Paulo)

Estrangeiro tira R$ 7 bi da Bolsa

A recente promoção do Brasil a grau de investimento não foi suficiente para evitar a debandada de capital externo do mercado acionário local. Com o cenário internacional pouco favorável, o que se tem visto neste mês é a saída recorde de investimento estrangeiro da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
No dia 24, o saldo mensal das operações dos estrangeiros apontava a saída líquida de R$ 7,4 bilhões - cifra recorde para um mês. Isso significa que nunca antes a diferença entre o volume de ações compradas e vendidas pelos estrangeiros foi tão grande.
No balanço anual, que está com saldo negativo de R$ 6,64 bilhões, a situação é a mesma, sendo este, até o momento, o pior ano do real.
Isso ajuda a explicar por que a Bovespa está com queda acumulada de 11,39% em junho, próxima de ter o pior mês desde setembro de 2002, quando caiu 16,95%.
(Fonte: Diário Catarinense)

domingo, junho 29, 2008

Mais uma semana para ser esquecida

Quando tudo parecia acalmar, um fim de semana turbulento, quase ameaçador, no mercado financeiro internacional. Após grande queda, da ordem de 3%, na quinta-feira, a bolsa americana chegou a cair novamente até 1,8%, mas se recuperou ligeiramente no fim da tarde, fechando equilibrada, em torno de 0%. Não se refez das perdas de quinta-feira, mas não caiu mais, como se temia.
O mercado sentiu em cheio o efeito de duas pressões de baixa: o anúncio de novos rebaixamentos de bancos americanos, que confirmaram perdas, e mais um aumento no preço do barril do petróleo, agora beirando os US$ 143. Nem animaram os bons resultados da economia americana - foi divulgado o consumo interno de maio, que teve aumento de 0,8%.
Vamos ter uma segunda-feira ainda tensa, com as bolsas podendo entrar numa fase de vendas. Isso, no entanto, não indica até agora descontrole ou movimento de vendas generalizadas. Muito vai depender dos balanços que devem ser anunciados.
AFINAL, O QUE ESTÁ HAVENDO?
Dá para entender o que está acontecendo na economia e nas bolsas do mundo? Vamos tentar. Primeiro, alguns bancos importantes anunciaram novas perdas em decorrência da crise do mercado imobiliário.
O segundo fator foi o salto do preço do petróleo, sinalizando menor crescimento e, em conseqüência, também menor lucro das empresas com ações na bolsa voltada para o mercado consumidor, seguindo as financeiras já em baixa. Aqui entram mais dois fatores perversos, que formam um círculo vicioso negativo:
1 - A desvalorização das ações, principalmente das financeiras, empurrou ainda mais os investidores para os fundos de commodities, em busca de lucro e segurança;
2 - Mas, por sua vez, esse afluxo de recursos para os fundos provoca o aumento do preço do petróleo, já em alta por causa da maior demanda, oferta estável e tensões geopolíticas. Isso também afeta os preços dos alimentos, através do alto custo de fertilizante, óleos combustível e diesel, intensamente utilizados no plantio, colheita e comercialização das safras.
Temos aí dois fatores convergentes que pressionam a inflação, migração para os fundos de commodities, preço dos alimentos. Isso, mais o aumento da demanda, explica em grande parte o surto inflacionário atual.
TEM MAIS, TEM MAIS...

Mas o processo não pára aí; a inflação alta obriga os bancos centrais a elevar a taxa de juro para conter a demanda. A conseqüência desse processo é um crescimento menor das economias americana e européia, já estagnadas, e de países emergentes, como o Brasil, ou em desenvolvimento.
E aí se fecha o círculo vicioso: menor crescimento, menor previsão de lucro, menor valorização das ações, quer seja das empresas voltadas para o consumo, ou das financeiras, já abaladas pela crise imobiliária. E começa tudo de novo, migração para os fundos de commodities, etc.
E TEM O DÓLAR TAMBÉM
Chega? Até seria bom, mas ainda não é tudo. Todo esse processo leva a uma desvalorização do dólar. Mas, como as commodities - alimentos, petróleo - são comercializadas em dólar, os produtores aumentam os preços para compensar a perda com o câmbio, com o dólar que vale menos. O petróleo é o principal afetado em curto prazo pelo recuo do dólar. Outros fatores determinantes da alta do preço são a permanência do consumo elevado, a estabilização da oferta e as tensões políticas nos integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O menor crescimento econômico e menor consumo dos países desenvolvidos estão sendo anulados pelo crescimento da demanda sustentado pelos países emergentes e em desenvolvimento, que não foram atingido pela crise.
E O BRASIL NISSO TUDO?
Nossa bolsa segue as oscilações da americana mesmo porque grande parte dos investidores de lá está aqui também. Além disso, as grandes empresas brasileiras estão na bolsa americana. É verdade que isso poderia ser contrabalançado pelos lucros que a maioria das empresas vem obtendo, há anos, na bolsa paulista, mas esse não chega a ser, no momento, um elemento determinante no comportamento das ações.
Quanto aos outros fatores, temos petróleo, mas importamos, e, mesmo o produzido aqui, em real, tem seus derivados vendidos com base na cotação internacional, hoje de quase US$ 143 o barril. O governo e a Petrobrás, estão, por enquanto, absorvendo em parte a alta dos preços internacionais sobre a gasolina e o óleo diesel, mas os repassa para os demais derivados.
Mas não estamos de todo imunes, porque a alta externa do petróleo é repassada para os demais derivados, principalmente fertilizantes e combustíveis. Além disso, o Brasil importa a maior parte do fertilizante que consome.
GOVERNO FEZ POUCO
Não estamos livres do que se passou lá fora, nesta semana, mas apenas melhor do que os outros. Temos um mercado financeiro e bancário sólido, que não foi atingido pela crise externa; somos afetados diretamente na bolsa, onde as empresas vão buscar capitais, no comércio exterior, que desacelera, e principalmente na inflação, hoje a principal ameaça do Brasil à preservação do crescimento econômico.
E aqui uma observação que deveria servir como alerta para o governo: não adianta a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, afirmar que o governo está muito atento à inflação. Insistimos, falta uma ação mais firme que, decididamente, não vemos nessa decisão de aumentar o superávit primário 0,50 ponto do PIB. Na verdade, os gastos do governo, representando afluxo de recursos no mercado interno, podem até crescer com o aumento da arrecadação. Nunca o governo teve tanto dinheiro.
No fundo, é insignificante a contribuição fiscal anunciada pelo governo para conter o avanço da inflação, não significa praticamente nada. É preciso mais, ministra Dilma, muito, muito mais, principalmente com os índices confirmando, nesta semana, nova alta dos preços em tudo: alimentos, energia, serviços.
A manter o ritmo do primeiro semestre, se ficarmos apenas com o freio dos juros, mesmo apertados, vamos entrar na armadilha da indexação que nos leva à terra de ninguém. Exagero? Sim, e por que não? Tudo é válido para quebrar a expectativa e a inércia inflacionária.
(Fonte: O Estado de São Paulo)

sábado, junho 28, 2008

Como fica a Bolsa

Celso Ming
Este mês provavelmente fechará com queda ao redor dos 10% no Índice Bovespa, o medidor da evolução dos preços das principais ações. Isso significa que, em 30 dias, se evaporou boa parte dos ganhos de 13,6% que a Bolsa havia acumulado no ano até o final de maio.
As condições gerais da economia, tanto externas como internas, pioraram nas últimas cinco semanas. Embora não tenha voltado o pânico aos mercados, a falta de confiança se aprofundou, a inflação aumentou, a disparada dos preços do petróleo e dos alimentos tem força para impedir a recuperação da economia global, o dólar tende a desvalorizar-se ante outras moedas fortes, o Fed (banco central americano) está visivelmente mais preocupado com a saúde da economia e dos bancos do que com a inflação, o grande investidor americano parece aturdido e as bolsas americanas se movem aos solavancos.
Por aqui, as coisas não estão totalmente claras. Embora a atividade econômica continue robusta, a dívida soberana do País tenha sido promovida a grau de investimento e as reservas ultrapassado os US$ 200 bilhões, a verdade é que a inflação em 12 meses ameaça furar o forro da casa, o governo não pára de gastar e tudo isso junto turbina certa dose de apreensão sobre o futuro.
São pinceladas que não compõem uma pintura ensolarada para o mercado de ações. E, no entanto, a maioria das instituições que orientam o investidor na aplicação de seu dinheiro continua apostando no forte avanço da Bolsa ainda este ano, como indica a amostragem na tabela acima.
Essas projeções otimistas se baseiam no pressuposto de que os investimentos continuarão jorrando Brasil adentro, que os preços das commodities (inclusive petróleo) seguirão em alta e que a baixa atividade econômica dos Estados Unidos será em boa parte compensada pelo excelente desempenho da produção dos países emergentes, especialmente dos da Ásia, e pelo crescimento modesto (porém crescimento) da economia européia.
O Brasil tem a vantagem de encabeçar uma sigla agora muito falada (Bric), sobre a qual se voltam os focos de luz dos investidores globais. Em companhia da Rússia, da Índia e da China, o Brasil é visto como a economia que pode dar enorme contribuição para a superação da grande escassez enfrentada no início deste século pelo sistema produtivo global: a escassez das matérias-primas, da energia e dos alimentos.
Por isso, o País vai receber mais investimentos. Considerando-se que uma gama enorme de iniciativas na área de commodities está direta ou indiretamente ligada a corporações cujas ações são negociadas nas bolsas, é natural que o mercado brasileiro de ações continue atraindo capitais.
Mas essa é a visão estratégica e, portanto, de longo prazo. As instituições da tabela estão trabalhando com horizonte bem mais curto ou, mais precisamente, fazem suas projeções até o fim deste ano. São apostas sujeitas aos desvios a que a Bolsa não pode fugir.
A conclusão prática é sobejamente conhecida, mas não custa repetir: quem está nessa chuva pode se dar muito bem, mas tem de saber que corre o risco de se molhar.
(Folha de São Paulo)

Dow Jones pode ter o pior junho desde 1930

O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, caminha para ter o pior junho desde 1930, quando os Estados Unidos passavam pela Grande Depressão. Restando ainda o pregão de segunda-feira, o índice já caiu 10,22% no mês, maior queda em 78 anos, quando ele retrocedeu 18%.
Para que isso não aconteça, o índice Dow Jones (composto por 30 grandes empresas como Coca-Cola, Microsoft e GM) terá que subir mais de 1,05% na segunda-feira, o que não acontece desde o dia 13 (alta de 1,37%). Caso isso ocorra, o pior junho desde 1930 continuará com o de 1962.
O mês de junho foi especialmente ruim para a Bolsa de Nova York -as duas maiores queda do ano foram registradas nas últimas três semanas. A desvalorização de 3,13%, que ocorreu no dia 6, foi a segunda maior desde março de 2003, só perdendo para o 3,29% de 27 de fevereiro de 2007, após as perdas expressivas na Bolsa de Xangai (China) gerarem uma onda de temor pelos mercados financeiros mundiais. Anteontem, o índice Dow Jones recuou 3,03% e atingiu o seu menor nível desde setembro de 2006.
Dos 19 pregões realizados neste mês, 13 terminaram negativos. Antes do dia 6, o pior resultado do ano tinha ocorrido em 5 de fevereiro: desvalorização de 2,93%. No ano, o índice Dow Jones acumula queda de 14,5%.
Ontem, o índice Dow Jones caiu mais 0,93% e se aproximou do chamado "bear market", quando o mercado acumula desvalorização de 20% desde o seu pico. Com a queda de ontem, ele já caiu 19,89% desde 9 de outubro do ano passado, quando chegou ao seu nível máximo: 14.164,53 pontos.
A última vez que a Bolsa de Nova York entrou nesse período foi de 2000 a 2003, entre o estouro da bolha da internet e a recessão econômica dos EUA. Em média, eles duram cerca de dez meses.
Como aconteceu anteontem, o principal motivo para a queda no mercado foi as previsões sobre bancos. Para analistas do Merrill Lynch, o Lehman Brothers vai ter uma baixa contábil (revisão dos valores de ativos) de US$ 5,4 bilhões no segundo trimestre, devido ao rebaixamento das notas de seguradoras de títulos de dívida como MBIA e Ambac pelas agências de classificação de risco.
"As notícias sobre os resultados são de que o segundo trimestre provavelmente será pior do que imaginávamos", afirmou Ron Sweet, vice-presidente da USAA Investment Management. "As velhas notícias continuam rondando: são os preços de energia, são as baixas contábeis dos bancos, é a desaceleração da economia".
As ações do JPMorgan Chase foram as que mais caíram ontem entre as empresas do índice Dow Jones, 3,5%. Mas outras empresas ligadas ao setor financeiro também tiveram desvalorização em seus papéis. Os do Citigroup, o maior banco dos Estados Unidos, tiveram queda de 2,38%, e os do American Express, 2,19%. As ações do Lehman Brothers, que não fazem parte do Dow Jones, recuaram 1,59%.
Mais amplo, o S&P 500, formado por 500 empresas, retrocedeu 0,37% ontem. Já a Nasdaq, que reúne empresas de alta tecnologia, caiu 0,25%. Na Europa, as Bolsas de Paris e Frankfurt se desvalorizaram em 0,65% e 0,58%, respectivamente. Já Londres teve alta de 0,21%. O mercado mexicano se valorizou em 0,33%.
Na Ásia, que operou ainda sobre o impacto negativo de anteontem, a Bolsa de Tóquio recuou 2,01%. Em Hong Kong, a queda foi de 1,84%.
(Fonte: Folha de São Paulo)

Bovespa acumula perda de 11,4% em junho

A desvalorização da Bovespa neste mês tem assustado muitos investidores. Em junho, faltando apenas um pregão para o mês se encerrar, as perdas chegam a 11,39%. Até o momento, esse é o pior resultado mensal em mais de quatro anos.
A Bovespa conseguiu escapar de mais uma baixa ontem (subiu 0,59%), enquanto as Bolsas caíram mais um pouco lá fora. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,93%, o que elevou suas perdas mensais a 10,22%. A Nasdaq caiu 0,25%, com baixa mensal de 8,21%.
Desde abril de 2004, quando a Bolsa acumulou baixa de 11,45%, não se via um mês tão ruim. E, se a Bovespa voltar a recuar na segunda-feira, junho poderá ser o mês com pior desempenho desde setembro de 2002, quando o mercado foi abalado pela tensão que marcou as eleições que levaram o presidente Lula ao poder.
A Bolsa de Valores de São Paulo não tem conseguido se isolar do cenário econômico mundial mais adverso, marcado pelo enfraquecimento das principais economias e indesejáveis pressões inflacionárias, que têm derrubado os mercados acionários.
Na semana, a Bolsa paulista sofreu queda de 0,45%. Houve apenas 18 valorizações entre as 66 ações que compõem o índice Ibovespa.
(Fonte: Folha de São Paulo, Fabricio Vieira)

segunda-feira, junho 23, 2008

Estrangeiro retirou R$ 1,18 bi da Bovespa no dia 18

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou saída de R$ 1,184 bilhão em capital externo no pregão da quarta-feira passada, dia 18 de junho. Com esse resultado, o saldo negativo acumulado no mês subiu para R$ 6,392 bilhões. No acumulado do ano, o saldo negativo de recursos estrangeiros na Bovespa é de R$ 5,634 bilhões.
No pregão da quarta-feira passada, o índice Bovespa fechou em baixa de 1,97% a 67.090 pontos. O volume total de negócios no dia foi de R$ 12,183 bilhões, já incluído o giro financeiro com o exercício dos contratos de opções de Ibovespa.
(Fonte: Agência Estado)

sexta-feira, junho 20, 2008

BOVESPA ACUMULA SAÍDA DE R$ 5,2 BI EM CAPITAL EXTERNO EM JUNHO

Os investidores já retiraram em junho R$ 5,208 bilhões em capital externo da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), até o dia 17. Na terça-feira, foi registrada a saída de R$ 652,591 milhões. Ao longo do mês, foram contabilizadas entradas em apenas dois dias, 13 e 16. No acumulado de 2008, o saldo de capital estrangeiro na Bovespa está negativo em R$ 4,449 bilhões.
(Fonte: Agência Estado, Fabiana Holtz).

quinta-feira, junho 19, 2008

Wall Street derruba Bovespa

O fraco balanço da FedEx, empresa norte-americana de remessa de encomendas, o corte de 66% em dividendos pelo banco Fifth Third Bancorp, de Cincinnati, o alerta do Royal Bank of Scotland de que o mercado de ações e de crédito global pode passar por um "crash" nos próximos três meses e a alta do petróleo derrubaram as bolsas globais e o dólar, ontem. A Bovespa caiu 1,97% (67.090,4 pontos), elevando as perdas no mês a 7,58%. O dólar à vista chegou a subir, pressionado por temores com a economia norte-americana em meio à pressão inflacionária e a crise no setor financeiro, mas encerrou em baixa de 0,06%, a R$ 1,607, menor valor desde 20/1/1999. Lá fora, o euro subiu a US$ 1,5530. Os juros futuros voltaram a recuar porque os índices de inflação local, apesar de altos, vieram dentro do previsto. A taxa de janeiro 2010 cedeu a 14,75%.
(Fonte: O Estado de São Paulo, Claudia Violante, Silvana Rocha e Denise Abarca)

quarta-feira, junho 18, 2008

Inflação anula ganhos de poupança e fundos em maio

A recente disparada da inflação já anulou o rendimento da caderneta de poupança no ano e ameaça deixar negativa também a rentabilidade de outras aplicações financeiras que acompanham as taxas de juros, como os fundos de renda fixa e até mesmo os DI. Isso porque, até o momento, há um descompasso entre os efeitos da política de juros altos e os índices de preços. Em outras palavras, a inflação subiu muito e rápido, enquanto os juros sobem em ritmo mais lento.
Levantamento da consultoria Economática mostra que a poupança rendeu apenas 0,574% em maio, enquanto o IPCA saltou 0,79%. Foi a quarta maior perda do poder de compra da poupança desde o início do governo Lula, abaixo apenas dos três primeiros meses de 2003. No ano, o retorno de 2,869% da poupança foi insuficiente para cobrir perdas de 2,882% com a inflação.
Fundos no vermelho
A inflação no mês passado foi tão alta que mesmo os investidores dos fundos DI, de renda fixa e dos CDBs tiveram rendimento líquido negativo, dependendo do Imposto de Renda.
No caso dos fundos DI, o retorno bruto médio foi de 0,88%. Descontando-se um IR de 22,5% -alíquota para resgate em menos de seis meses- o rendimento cai para 0,682%. A perda aconteceu também no caso de incidência da menor alíquota, de 15% (resgate acima de dois anos), em que o ganho ficou em 0,748%.
Os fundos de renda fixa, que investem em títulos prefixados, tiveram retorno bruto de 1,01% em maio -líquido, teriam ganho entre 0,783% e 0,858%, dependendo do IR. Já para os CDBs, o retorno líquido variou entre 0,736% e 0,807%.
(Fonte: Folha de São Paulo, por Toni Sciarretta)

terça-feira, junho 17, 2008

Rendimento da poupança não cobre inflação de maio

O investidor em caderneta de poupança teve perda real no mês de maio, calculou a consultoria Economática. A rentabilidade da poupança naquele mês foi de 0,574%, porém descontada a inflação do período, de 0,79% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o rendimento real foi negativo em 0,214%. No acumulado do ano, a perda real é de 0,013%.
Fonte: Agência Estado.

Juro é pressionado por inflação alta

Enquanto a Bovespa e o dólar foram diretamente afetados pelo cenário externo, a cautela com os índices de preços locais balizou os negócios com juros na BM&F. As taxas curtas ficaram estáveis, mas as longas subiram após a pesquisa Focus, do Banco Central, confirmar a piora nas projeções para a inflação e a Selic. Os investidores vêem o juro básico no fim do ano mais alto e menos espaço para um possível recuo em 2009. O juro de janeiro 2009 manteve-se em 13,24%; e o de janeiro de 2010 subiu a 14,92%. O dólar iniciou a semana em queda ante o euro e o real, pressionado pelo fraco dado de atividade em Nova York em junho, o aumento da inflação ao consumidor na zona do euro em maio e o novo recorde intraday do petróleo, que depois caiu. O dólar recuou 0,67%, para R$ 1,625 no balcão. A Bovespa subiu 0,12%, aos 67.284,6 pontos.
Fonte: O Estado de São Paulo, Denise Abarca, Claudia Violante e Silvana Rocha)

Estrangeiros já retiraram R$ 4,8 bi da Bovespa em junho

A Bolsa de Valores de São Paulo informou que houve saída líquida (saques menos depósitos) de R$ 345,181 milhões em recursos de investidores estrangeiros no último dia 12. Com isso, o saldo negativo de capital externo do mês subiu para R$ 4,857 bilhões.
Além de a Bovespa não registrar entrada líquida em nenhum pregão deste mês, o saldo negativo já supera o resultado de janeiro - quando foi registrada a saída de R$ 4,731 bilhões. No acumulado do ano, o saldo negativo é um pouco menor, de R$ 4,098 bilhões.
(Fonte: Agência Estado, FABIANA HOLTZ)

quinta-feira, junho 12, 2008

Bovespa teve nova saída de capital externo no dia 9

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou saída de R$ 501,247 milhões em capital externo na última segunda-feira (dia 9). Naquele dia, o índice Bovespa fechou em baixa de 0,72%, a 69.281 pontos, e registrou um volume financeiro de R$ 5,035 bilhões. No mês de junho, ainda não houve ingresso de recursos estrangeiros. O saldo de investimentos externos neste mês está negativo em R$ 2,665 bilhões. No ano, o acumulado é negativo em R$ 1,907 bilhão.
Fonte: Agência Estado, Aline Cury Zampieri.
Comento:
O investment grade ainda não produziu o efeito esperado de entrada de novo capital estrangeiro na Bolsa. A espectativa de aumento de juros no Brasil e a possibilidade de queda na cotação das matérias primas, que aqui teria forte impacto, está afugentando os investidores.

PETRÓLEO CAI ABAIXO DE US$ 133 COM REALIZAÇÃO DE LUCROS

Os contratos futuros de petróleo, negociados no mercado internacional, ampliaram a queda vista desde a manhã de hoje, com os operadores realizando lucros, após os recordes na semana passada, enquanto o dólar permanece em alta ante o euro e o iene.
Fonte: Agência Estado, Patricia Lara
Comento:
Tá cara, há especulação com o petróleo.

quarta-feira, junho 11, 2008

IPCA de maio supera previsões e tem maior taxa desde 1996

A inflação de maio pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,79%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril, a inflação pelo IPCA havia sido de 0,55%. Trata-se da maior taxa para meses de maio desde 1996 (1,22%). A taxa superou de longe a apurada no mesmo mês do ano passado (0,28%) e foi puxada especialmente pelos alimentos, que já acumulam alta de 6,40% em 2008, bem acima da variação acumulada em todo o ano passado (2,81%).
Com o resultado do mês passado, o IPCA, índice oficial utilizado pelo Banco Central para cumprir o regime de metas de inflação, acumula alta de 2,88% nos cinco primeiros meses deste ano. No período de 12 meses até maio, a inflação pelo IPCA é de 5,58%. O centro da meta de inflação para 2008 foi estabelecido em 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
Comento:
Um instrumento interessante para proteger o seu suado dinheirinho da inflação é investir em papéis do tesouro direto (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/) vinculados ao IPCA. As Nota do Tesouro Nacional – série B (NTNB) com data de vencimento para 15/08/10 estão pagando 8,85%aa + IPCA.

segunda-feira, junho 09, 2008

Confira como deve se comportar a Bovespa neste início de semana

A última semana foi marcada mais por baixas que por altas na Bolsa de Valores de São Paulo. E a que começa hoje promete ser volátil, segundo analistas. "A performance do dólar e do preços das commodities (matérias-primas) continuará causando oscilação", afirma a estrategista da corretora Ativa, Mônica Araújo.
Nesta segunda-feira, os investidores deverão ficar mais atentos aos números relativos à inflação. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio e o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da semana encerrada dia 1º de junho. "Poderá haver algum reflexo na Bolsa se a inflação vier muito fora do esperado", diz Mônica.
A elevação dos preços afeta a Bovespa porque intensifica a expectativa de que o governo tente controlar a inflação por meio de um aumento dos juros básicos da economia. Quando isso acontece, os investidores preferem aplicar em ativos que rendem juros, considerados mais seguros que o mercado de ações. Quando eles vendem seus papéis, fazem a Bolsa cair.
Também serão divulgados hoje os dados semanais da balança comercial, calculados pelo Ministério do Desenvolvimento, além da Pesquisa Industrial de Emprego e Salário, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a noite, está programado um discurso do presidente do banco central norte-americano (Fed), Ben Bernanke. Na quarta-feira passada, Bernanke discursou na Universidade de Harvard e reafirmou a preocupação do Fed com a inflação nos Estados Unidos, aumentado o sentimento de que a instituição pode elevar os juros antes do final do ano.
(Fonte: Site aeinvestimentos.com.br, Mariana Segala)

domingo, junho 08, 2008

A gangorra da bolsa

A festa das commodities não acabou, mas a velocidade de valorização, observada nos últimos anos, talvez seja incompatível com o atual ciclo global de desaceleração. Isso quer dizer que os tempos gloriosos para a bolsa brasileira, com retornos anuais na casa dos 30% a 40%, podem estar com os dias contados, dado o peso das matérias-primas no Ibovespa. Não é nada para tirar o sono dos investidores com apetite para a renda variável, que ainda promete ser melhor do que a renda fixa. O que os analistas esperam é que os preços das matérias-primas se acomodem em níveis elevados. Haverá, sim, oportunidades em ações relacionadas à cadeia de produtos cotados internacionalmente, mas o risco no curto prazo aumentou.
De 31 de outubro de 2007 até o fim de maio, o MSCI Brasil, índice medido pelo Morgan Stanley, tinha subido 14%, bem mais do que a média dos emergentes, com valorização de 9,5%. No resultado brasileiro, 88% veio do par Petrobras e Vale , um indício de que a Bovespa estava pesadamente vulnerável a mudanças nos preços das commodities, diz Luís Fernando Lopes, do Pátria Investimentos.
Ele cita que regiões desenvolvidas como América do Norte, Europa ocidental, além de Japão, Austrália e Nova Zelândia devem apresentar um crescimento econômico entre 1% e 1,5% neste ano. O PIB dos EUA tende a ter expansão menor do que 1% e mesmo os emergentes vão experimentar alguma desaceleração. No Brasil, o freio vem sendo induzido pela via dos juros e o ritmo da atividade também deve ficar abaixo dos 5%. "Não é nada para arrancar os cabelos, o Ibovespa não deve ficar negativo", diz Lopes. "Mas num ano que promete volatilidade, com muitos dias como esses, prefiro ficar com o retorno de 13% a 14% do CDI do que com os 15% ou 20% da bolsa e evitar uma gastrite."
Para quem tem um horizonte de investimento mais amplo, de 5 a 10 anos, a renda variável ainda é uma boa pedida, diz Lopes. Nos próximos pregões, se a queda atingir ações que não têm a menor relação com as commodities, as oportunidades podem surgir em setores como varejo, construção civil e bancos. No longo prazo, até mesmo papéis diretamente ligados às matérias-primas são uma boa promessa, diz o economista-chefe do Banco WestLB, Roberto Padovani.
As preocupações de que os hedge funds tenham puxado os preços das commodities artificialmente são genuínas. Essa foi a maneira que esses investidores encontraram para buscar um refúgio contra a inflação e a desvalorização do dólar. Mas não dá para imaginar que todo o movimento de alta que se observou nos últimos meses seja puramente especulativo, diz o gestor de Renda Variável da Banif Nitor Asset Management, Rodrigo Lopes. "Os argumentos de demanda maior do que a oferta são muito fortes", diz. "Mesmo que haja alguma desaceleração na China, o país pode deixar de crescer 11% para ter uma expansão de 9,5% daqui a dois anos e, por isso, não acredito que esteja para estourar uma bolha", completa.
Mesmo que os exageros do mercado sejam corrigidos pela posição do Fed de voltar a defender a economia americana de uma alta inflacionária pelo remédio dos juros, os preços do petróleo não vão cair abaixo dos US$ 100,00, acredita Lopes, da Banif. O cenário de demanda para o minério de ferro nos próximos três ou quatro anos também segue apertado e as siderúrgicas continuarão a encontrar espaço para reajustar preços. Com as cotações do petróleo em alta, aumento de produção e a expectativa de novas descobertas, as ações da Petrobras permanecem no radar, diz, seguidas, na ordem, pelas siderúrgicas e Vale. As ações de papel e celulose são os menos atrativos por enquanto.
(Fonte: Jornal Valor Econômico, Por Adriana Cotias)

sexta-feira, junho 06, 2008

Gato escaldado

Argentinos vão aos bancos trocar peso por dólar
No meio do clima de incertezas econômicas e políticas provocado pela crise do governo de Cristina Kirchner com os ruralistas, os argentinos foram nos últimos meses aos bancos retirar depósitos em pesos para transformá-los em dólares. Em apenas quatro semanas, os bancos privados na Argentina perderam 6,018 bilhões de pesos, o equivalente a quase US$ 2 bilhões, segundo o relatório mensal do Centro de Economia e Finanças para o Desenvolvimento da Argentina. A queda dos depósitos, registrada entre o fim de abril e os últimos dias de maio, foi a maior ocorrida na Argentina nos últimos seis anos.
(Fonte: O Estado de São Paulo)

quinta-feira, junho 05, 2008

Poupança acirra disputa com DI

Alta dos juros favorece fundos, mas cobrança da taxa de administração pode levar vantagem para a poupança

As recentes elevações da taxa básica de juros e, mais que isso, a expectativa de que se mantenha em alta, por decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), para conter o avanço da inflação, trazem de volta o debate em torno da competitividade da caderneta de poupança, em rentabilidade, diante de seu concorrente direto, os fundos DI.
Para começar, a caderneta leva vantagem sobre as demais aplicações de renda fixa porque não recolhe Imposto de Renda (IR). A cada 30 dias, o investidor recebe na conta o crédito do rendimento correspondente à Taxa Referencial (TR) mais 0,5% de juro ao mês. A TR reflete o juro médio de uma cesta de Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
Nas aplicações de renda fixa, como os fundos DI, ou de renda fixa, o investidor que fizer retiradas recolhe o IR calculado sobre o rendimento nominal por alíquotas decrescentes, de acordo com o tempo de permanência do dinheiro na aplicação. A alíquota mais elevada é de 22,5%, para aplicação de até seis meses, e recua para 15% depois de dois anos, com alíquotas intermediárias de 20% (para um ano de aplicação) e 17,5% (18 meses).
Cálculos de especialistas do mercado financeiro apontam que, beneficiada pela isenção de IR, em geral a caderneta leva vantagem em rentabilidade sobre as demais aplicações de renda fixa, como os fundos DI, quando os juros que remuneram essas aplicações estiverem em torno ou abaixo do nível de 11% ao ano.
Além do desconto de IR, os fundos cobram a taxa de administração, referente ao serviço prestado pelo gestor da carteira, que pode levar fatia maior ou menor da rentabilidade do investidor, dependendo do nível da taxa cobrada. Pelas contas do administrador de investimentos Fábio Colombo, em investimento pelo prazo de seis meses, por exemplo, a caderneta será mais rentável na comparação com o fundo DI ou de renda fixa se a taxa de administração cobrada nesses produtos for acima de 2,5% ao ano.
"Entre 2% e 2,5% de taxa há equilíbrio de rentabilidade entre caderneta e fundos, não valendo a pena mudar de um fundo DI para a caderneta ou vice-versa", avalia Colombo. Para prazos acima de dois anos, em que a alíquota de IR é de 15%, o fundo levará vantagem sobre a caderneta se a taxa de administração for inferior a 3%; acima desse nível de taxa, a caderneta será mais rentável. De todo modo, não é indicada a migração de dinheiro já aplicado; a escolha é interessante apenas para o dinheiro novo disponível para investimento.
Outro ponto a ser considerado, na comparação da atratividade entre as duas aplicações, é a retomada de alta da taxa básica de juros. Após derrubar a taxa Selic até o nível de 11,25% ao ano, o BC retomou a alta que, de acordo com analistas de mercado, poderá conduzir o juro básico a algo próximo de 14% no fim do ano.
A taxa Selic, que corresponde ao juro das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), títulos pós-fixados da dívida pública, guarda correlação com os juros DI, cobrados nas transações interbancárias e referência para a remuneração dos fundos DI.
O analista de investimentos Eduardo Santalúcia comenta que o rendimento da caderneta e o dos fundos mantiveram relativo equilíbrio quando os juros estavam em queda. "Com a elevação dos juros, no entanto, os fundos DI passaram a render mais que a poupança, a menos que a taxa de administração seja muito alta." Santalúcia diz que, hoje, o fundo DI oferece mais proteção ao dinheiro novo, aquele disponível para aplicação, que um fundo de renda fixa, por exemplo. "Mas a caderneta é sempre indicada para o pequeno investidor."
(Fonte: O Estado de São Paulo, Tom Morooka)

segunda-feira, junho 02, 2008

Oscilação maior da Bolsa desafia investidor

Além de ser destaque em 2008 como uma das Bolsas que mais sobem no mundo, a Bovespa tem operado em seus maiores níveis da história. Nesse cenário, o investidor, especialmente o que não está acostumado às oscilações do mercado acionário, deve ter mais cautela do que nunca.
A instabilidade tem sido elevada nas últimas semanas, o que torna a Bolsa de Valores ainda mais arriscada. Segundo um índice calculado pela própria Bolsa paulista, o Ibovespa teve volatilidade de 32,11% em maio (até o dia 29). A média dos três meses anteriores mostrou índice de 30,28%. No período de um ano, o indicador ficou em 30,77%. Ou seja, a instabilidade tem aumentado.
O sobe-e-desce das ações acaba por trazer maiores dificuldades para se realizar projeções de investimento. Isso porque a volatilidade representa a intensidade e a freqüência das oscilações das cotações dos ativos (como as ações) em um determinado período. "As fortes variações nos preços das commodities têm trazido grande instabilidade à Bolsa brasileira", diz Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Galle avalia que neste momento os setores mais ligados ao mercado interno, como consumo e construção civil, podem ser mais interessantes que papéis mais tradicionais, como Petrobras e Vale, que tem subido bastante nos últimos tempos -o que pode acabar por limitar seu potencial de alta. Além disso, tanto a Petrobras como as ações do setor siderúrgico sofrem grande influência do desempenho das commodities no mercado internacional.
(Fonte: Folha de São Paulo, FABRICIO VIEIRA)

segunda-feira, maio 26, 2008

Consultores ouvidos pelo "Estadão" orientam investidor a preferir aplicações que paguem inflação mais juros

Diante do quadro de aceleração da inflação e de alta da taxa básica de juros (Selic), a estratégia do investidor no curto prazo deve ser buscar proteção para o poder de compra de seu dinheiro. Consultores de finanças pessoais são unânimes em afirmar que, para o momento, são indicadas as aplicações que pagam a inflação mais juros ou que acompanham a evolução dos juros no mercado, e não as prefixadas, cuja remuneração é acertada no momento do investimento e pode ficar defasada até o resgate.
"As aplicações prefixadas são as de maior risco na renda fixa agora porque não se sabe até quanto a inflação e os juros podem subir", diz Fábio Colombo, consultor de investimentos.
Os consultores afirmam também que a estratégia de vincular a remuneração à inflação ou à Selic vale apenas para o dinheiro novo. "Para as expectativas de elevação de inflação e juros atuais, não vale a pena movimentar o dinheiro que já está aplicado de forma diferente por causa do alto custo com Imposto de Renda na migração", diz o consultor Marcos Crivelaro.
Nas movimentações em fundos em menos de 30 dias de feita a aplicação há também desconto de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). "Com a possibilidade de alta da inflação e de juros, todos as aplicações vinculadas a índices de preços e a juros se tornam mais atraentes no curto prazo", diz o professor da Trevisan Escola de Negócios Alcides Leite.
É nesse quadro que fundos de renda fixa e títulos públicos federais, cuja remuneração seja definida por índice de preço mais juros, são os mais indicados. Na expectativa de que uma alta da inflação seja acompanhada de uma alta dos juros, os consultores indicam também títulos públicos pós-fixados vinculados à Selic ou fundos e CDBs corrigidos pelo DI.
"Como não se sabe se a inflação vai subir mais rápido que os juros ou se os juros vão correr na frente da inflação, o ideal é um fundo de renda fixa que misture títulos corrigidos pela inflação com títulos vinculados à Selic", orienta Colombo.
No mercado, poucos fundos de investimento têm estratégia de adotar a inflação como objetivo de rentabilidade. Na Caixa Econômica Federal, o fundo FIC Capital Renda Fixa Longo Prazo aplica preferencialmente em ativo indexado a índices de preços.
"O objetivo do fundo é dar rendimento próximo da inflação", diz Marcelo de Jesus, gestor nacional de Renda Fixa da Caixa. "Desde o início do ano, com a perspectiva de avanço da inflação, estamos aumentando a participação de títulos corrigidos pelo IPCA na carteira e de janeiro a abril o rendimento foi de inflação (IPCA) mais 2%."
TESOURO DIRETO
O investidor tem também a opção de comprar títulos do governo diretamente, por meio do site do Tesouro (www.tesourodireto.gov.br). Podem ser corrigidos pela inflação (IPCA) mais juros, denominados Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), como Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), corrigidas pela Selic.
Os CDBs indexados ao DI e fundos DI também oferecem proteção para a alta dos juros, mas, se os juros subirem em ritmo mais lento que a inflação, o desempenho desses papéis ante o avanço dos preços será prejudicado. "CDBs exigem cuidado adicional porque, em geral, apenas valores de R$ 50 mil a R$ 60 mil recebem taxa vantajosa", explica Crivelaro.
Embora as aplicações prefixadas sejam arriscadas para o curto prazo, Leite avalia que elas sejam interessantes agora com a perspectiva de longo prazo porque a tendência é os juros voltarem a cair em 2009. "A compra de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) prefixadas, neste momento em que a taxa está elevada, pode travar um rendimento interessante para o futuro, quando as taxas já estarão mais baixas", explica. "Para o curto prazo, melhor optar por LFTs, vinculadas à variação diária da taxa de juro, ou NTN-B, corrigidas pela inflação."
No Tesouro Direto, "a NTN-B é boa alternativa, está pagando de 7% a 8% ao ano, conforme o vencimento, mais a correção pelo IPCA", concorda Colombo. Na compra de papéis diretamente no site do Tesouro, Colombo orienta o investidor a comparar a taxa das corretoras por meio das quais as operações podem ser feitas. "A taxa de custódia cobrada é fixa, de 0,40%, mas a das corretoras é livre e há grandes diferenças, especialmente para valores menores."
CADERNETA
O grande trunfo da caderneta é ser isenta de Imposto de Renda, mas, diz Leite, a vantagem é válida quando os juros no mercado são de 11% ou menos. A aplicação tem juro garantido de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial mensal, calculada com base numa cesta de CDBs.
Na comparação com fundos de investimento de renda fixa ou DI, a caderneta pode levar vantagem mesmo no cenário de juro maior, dependendo da taxa de administração do fundo, diz Colombo. "Para investimento até seis meses, prefira a caderneta se o fundo cobrar mais de 2,5% de taxa ao ano; acima de 2 anos, prefira a caderneta, se o fundo cobrar taxa anual acima de 3% a 3,5% ao ano."
BOLSA
Aplicações em bolsa de valores também não são descartadas neste momento. Crivelaro indica a compra de ações como diversificação. "A rentabilidade em bolsa em médio e longo prazo supera a inflação. Para curto prazo o risco de perda aumenta", observa. Ele indica a compra de cotas de fundos de ações indexados ao índice da Bolsa paulista (Ibovespa). "Não é bom neste momento apostar em ações de setores específicos ou de uma ou duas empresas."
(Fonte: O Estado de São Paulo, Rosangela Dolis)

Alta dos juros favorece títulos do governo

Os títulos mais procurados pelos investidores do Tesouro Direto em abril foram as LTNs (Letras do Tesouro Nacional, com taxas prefixadas), que representaram 43,43% do total.
Em segundo lugar, apareceu a NTN-B (Nota do Tesouro Nacional série B, com rentabilidade que acompanha a variação do IPCA), que respondeu por 19,92% do total negociado no mês. Logo após, vieram as LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, que pagam taxas pós-fixadas), com 15,95%.
(Fonte: Folha de São Paulo)

Aplicações em títulos públicos federais valem a pena dependendo das tarifas cobradas por bancos e corretoras

Aplicar nos títulos oferecidos pelo Tesouro Direto pode ser uma boa opção, especialmente neste momento de alta das taxas de juros. Mas o investidor deve, antes de mais nada, estar atento às taxas cobradas pelas corretoras e bancos que fazem a custódia dos títulos.
Segundo levantamento realizado pelo Tesouro Nacional, a taxa cobrada pelos agentes de custódia -bancos e corretoras contratados pelos investidores para poderem comprar títulos públicos, responsáveis pelo cadastro e a administração de suas contas- varia de zero a 4% ao ano. Se for considerado um retorno anual médio de 12% para os títulos públicos, essa taxa faz uma grande diferença no ganho final da aplicação.
Por isso, analistas recomendam que o investidor, independentemente do volume que aplica, fique atento e se informe sobre todas as taxas a serem cobradas na operação. As instituições financeiras têm de informar claramente todos os custos envolvidos. Pelas normas do Tesouro, as taxas cobradas pelas instituições são "livremente pactuadas com os investidores".
"As corretoras executam as ordens de compra e venda dos títulos, trabalho pela qual cobram. Como a cobrança vai de zero a taxas proibitivas, o investidor deve pesquisar e saber exatamente os custos de cada negócio que irá fazer", afirma a consultora de investimentos Márcia Dessen, da Bankrisk.
À primeira vista, a taxa cobrada pelos agentes de custódia pode não parecer relevante. Mas, se o investidor encontrar uma taxa de 4% e tiver um retorno de 12% no título que comprar, conseguirá no final um ganho líquido de apenas 7,7%. Ou seja, para obter um retorno desses seria mais tranqüilo deixar o dinheiro parado na poupança. Dessa forma, pesquisar é fundamental.
Segundo o ranking do Tesouro, entre as que cobram menos taxa -na realidade, zero-, estão as corretoras Socopa, Spinelli, Codepe e Banif. Na outra ponta, entre os que cobram as taxas mais elevadas, que chegam a 4% ao ano, aparecem o Bradesco e o Itaú.
"É importante estar atento às taxas cobradas e aprender a negociar. O investidor deve entender que 1 ponto percentual em uma taxa cobrada faz muita diferença", diz Dessen. "Se conseguir uma taxa baixa, digamos de 0,50%, será muito interessante. Isso porque, se buscasse um fundo de renda fixa, que desse retorno similar ao do título público, muito dificilmente encontraria uma taxa de administração de 0,50%", afirma a analista.
(Fonte: Folha de São Paulo, FABRICIO VIEIRA)

quarta-feira, maio 21, 2008

Juro real deve atingir o menor nível desde 2003

Com base nas projeções de mercado para o IPCA, levantamento mostra que taxa cai para 6,5% este mês
A despeito do aumento da Taxa Selic no mês passado, o juro real continua em queda e deve, no final de maio, atingir o menor nível em quase cinco anos, desde novembro de 2003.
Levantamento feito pelo Estado com base nas projeções de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra que o juro real deve cair para 6,50% ao ano neste mês, levando-se em conta o atual nível da Selic.
Em abril, após o aumento da taxa básica para 11,75%, o juro real estava em 6,71% ao ano.
O juro real é calculado pela diferença entre a taxa de juros nominal e um determinado índice de inflação.
O indicador mede o custo efetivo do dinheiro e é o mecanismo que influencia o nível da demanda e, conseqüentemente, dos preços da economia.
COMMODITIES
A queda do juro real no Brasil acontece em um período delicado para a política monetária. Com o aumento da demanda global, as principais commodities internacionais - como arroz, trigo, petróleo e metais - têm apresentado forte elevação dos preços, o que pressiona a inflação.
A situação se agrava ainda mais com o aquecimento da economia brasileira. Nesse quadro, a queda do juro real pode acelerar ainda mais o consumo e o ritmo de aumento de preços.
Na pesquisa Focus divulgada na segunda-feira, analistas previam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo vai subir 0,48% em maio. Se confirmada essa previsão, a inflação vai acumular alta de 5,25% em 12 meses.
Levando-se em conta o nível atual da Selic, o juro real fica em exatos 6,50% ao ano. Esse número - gerado pela diferença entre a Selic e o IPCA - é o menor desde 2003.
Naquele ano, a economia sofria com a disparada da inflação causada pela desvalorização cambial durante a eleição presidencial do ano anterior, o que reduzia o juro real.

Em outubro de 2003, o número estava em 5,02%, fruto da inflação de quase 14% e da Selic de 19%.
RITMO FORTE
O levantamento mostra também que o aumento da Selic anunciado em abril foi, em termos de juro real, insuficiente para fazer frente à escalada dos preços. Isso quer dizer que a inflação subiu em ritmo mais forte que o aperto monetário decidido pelo Banco Central, o que manteve o juro real em queda.
O cenário reforça a expectativa dos analistas de mercado de que o Banco Central deve continuar subindo os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 3 e 4 de junho. Mas há dúvidas sobre o tamanho do esperado aumento da Selic.
Se a taxa subir 0,50 ponto porcentual, para 12,25% ao ano, o juro real avança para 7% e volta ao patamar de novembro de 2007. Se o aperto for maior, com aumento de um ponto porcentual, o juro real subirá para 7,50% e retorna ao nível de julho de 2007.
CENÁRIOS
6,5% ao ano: é para quanto deve cair o juro real neste mês, levando-se em conta o atual nível da Selic. Em abril, após o aumento da taxa básica para 11,75%, o juro real estava em 6,71% ao ano
0,48%: é quanto vai subir o IPCA em maio, segundo previsão de analistas na última pesquisa Focus. Se confirmada a previsão, a inflação vai acumular alta de 5,25% em 12 meses
(Fonte: O Estado de São Paulo, Fernando Nakagawa)

terça-feira, maio 20, 2008

Bolsa de Valores 13


Petrobras carrega Bovespa novamante
Tudo indicava um dia de forte realização de lucros, como ocorreu durante a maior parte do dia (veja gráfico), mas a alta do petróleo manteve o crescimento das ações da Petrobras. Além disso, um relatório do Credit Suisse elevou a projeção para os ADRs da empresa para US$ 107 e das ações para R$ 86, além de ter elevado a previsão para o barril de petróleo no exterior para US$ 116 no período de 2010/2012, de US$ 90.
A recuperação do índice se deu na reta final da sessão. A Bovespa havia batido em 72.146 pontos na mínima do dia, em baixa de 1,76%. Mas foi recuperando-se até a máxima de 73.522 pontos, para então fechar em 73.516,9 pontos, com alta de 0,11%.
O convite para a realização veio dos Estados Unidos por causa dos indicadores ruins, o Dow Jones caiu 1,53%, o S&P, -0,93%, e o Nasdaq, -0,95%. Lá o índice de atividade do Fed de Chicago reforçou a percepção de que o consumo não está forte o suficiente para impedir uma recessão nos EUA, ao mostrar queda para -1,17 em abril, de -0,98 em março. O índice do mês passado foi o menor desde os meses associados à recessão de 2001.
Mas a cereja do bolo do pessimismo foi o PPI. O índice de inflação no atacado subiu 0,2% (metade do previsto) no dado cheio, mas o núcleo, o que é realmente levado em conta, foi o dobro das projeções (0,4% ante 0,2%). Para ajudar, o novo recorde do petróleo ficou o dia todo pesando sobre os papéis. O contrato para junho subiu 1,59%, para o nível histórico de US$ 129,07 (no intraday, bateu em US$ 129,60).
(Fonte: Claudia Violante, da Agência Estado, do Blog e gráfica do Site Bovespa)

Mercado já projeta inflação acima de 5%

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central já projetam uma inflação acima de 5% para este ano, segundo pesquisa feita na última sexta-feira com cerca de cem bancos e empresas de consultoria. Pela oitava semana seguida, o levantamento aponta uma elevação na estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que passou de 4,96% para 5,12%.
É a primeira vez que a previsão ultrapassa 5%. Embora continue dentro da meta estabelecida pelo governo, a estimativa está cada vez mais distante do objetivo central de 4,5% -pelas normas em vigor, admite-se um desvio de até dois pontos percentuais.
A pesquisa também mostra aumento na projeção para o IPCA do ano que vem, que passou de 4,47% para 4,50%.
Com a expectativa de uma inflação mais alta, os analistas consultados pelo BC também promoveram uma elevação nas suas projeções quanto ao rumo dos juros. Permaneceu inalterada a estimativa de que a taxa Selic encerre 2008 em 13,25% ao ano, mas para o ano que vem as apostas são de uma queda mais lenta dos juros.
Segundo o levantamento, a taxa Selic deve estar em 12% ao ano no final de 2009, enquanto a pesquisa anterior projetava 11,75%. Hoje os juros estão em 11,75% ao ano, e o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) se reúne em duas semanas para decidir se mexe ou não no índice. A pesquisa feita pelo BC mostra que, na média, a expectativa é de uma alta de 0,50 ponto, mas há expectativa de aumento de 0,75 ponto, dependendo da avaliação do BC sobre o comportamento da inflação.
Mesmo esperando juros mais altos, os analistas ouvidos no levantamento projetam também um crescimento um pouco mais alto para a economia neste ano. A estimativa média passou de 4,66% para 4,69%, segundo o BC.
(Fonte: Folha de São Paulo)

segunda-feira, maio 19, 2008

Bolsa de Valores 12

Bovespa sobe e bate recorde; dólar fecha em alta de 0,49%
SÃO PAULO - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não conseguiu sustentar os ganhos registrados até o início da tarde, quando rompeu os 73 mil pontos e se aproximou dos 74 mil. Mas a realização de lucros que se seguiu ao vencimento de opções (operação de mercado futuro) foi insuficiente para permitir um fechamento negativo.
O Ibovespa fechou em alta de 0,92%, aos 73.438,8 pontos. O índice também bateu novo recorde intraday, aos 73.794 pontos (+1,41%). Já o dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 1,6490, em alta de 0,49%
O preço do petróleo subiu 0,6%, para US$ 127,05. O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Chakib Khelil, disse hoje que o cartel não tomará nenhuma decisão sobre níveis de produção de petróleo antes de encontro marcado para setembro, em Viena. Os EUA têm pedido que a Opep eleve a produção para conter os elevados preços dos combustíveis.
Na Bovespa, o movimento foi mais uma vez puxado pelas ações de empresas ligadas a comodities, com destaque para Petrobras e as fabricantes de aço, desta vez também com apoio do setor financeiro.
As ações preferenciais da petrolífera subiram 3,8%, para R$ 50, o terceiro melhor desempenho do índice. Nesta segunda-feira, um levantamento da consultoria Economática revelou que a escalada de 110% das ações da estatal nos últimos doze meses levaram-na à condição de terceira maior empresa das Américas, ultrapassando a Microsoft.
Grau de investimento
O mercado ainda espera mais uma elevação do Brasil a grau de investimento. Desta vez, pela Fitch. Nesta segunda-feira, o diretor-executivo da agência de classificação de risco, Rafael Guedes, afirmou que uma eventual decisão do governo de elevar o superávit primário (arrecadação menos despesas exceto o pagamento de juros) pode tornar mais rápida a concessão do grau de investimento pela empresa internacional.
(Fonte: Agência Estado, por Claudia Violante e Ricardo Leopoldo)

Fundos Parceria BB

O Banco do Brasil está oferecendo três novos fundos de investimentos em renda fixa denominados "Longo Prazo Parceria", com aplicações mínimas de R$ 400,00, R$ 5.000,00 e R$ 30.000,00. O diferencial nesses fundos é uma taxa de administração menor que as equivalentes oferecidas pelo Banco do Brasil e a inclusão de uma taxa de saída decrescente ao longo de dois anos. Confira a tabela abaixo.
Fundos / Taxa de administração / Taxa de Saída
LP Parceira 400 / 2,0% / 1,5%
LP Parceira 5.000 / 1,8% / 1,2%
LP Parceira 30.000 / 0,8% / 1,2%
A Taxa de saída é decrescente linearmente, dia a dia, até chegar a 0% ao final do período de 2 anos de cada aplicação, incidente sobre o valor de regate, líquido de impostos.
É um convite para os investidores de longo prazo. Mas isso deve ser bem planejado, pois um resgate antes do tempo, pode gerar uma taxa de administração + taxa de saída, maior que a taxa de administração de um fundo de valor inicial equivalente.

Imposto na Bolsa de Valores

O imposto sobre as operações na Bolsa de Valores ocorre de duas maneiras.
Nas operações Day Trade não há isenção de impostos. Qualquer operação com lucro, independente do valor, paga imposto de 20% sobre o ganho líquido. Além disso, nas operações Day Trade, uma parte do imposto já fica retido no momento da corretagem, informando a receita federal dessa operação, devendo o investidor pagar o restante via DARF.
Nas operações no Mercado a Vista, o investidor pessoa física tem isenção até R$ 20.000,00, sobre o total das operações realizadas dentro de um mês. Exemplo: um investidor aplicou em abril R$ 9.000,00 em uma ação e vendeu a mesma por R$ 9.500,00. O total das duas operações foi R$ 18.500,00, abaixo do valor de isenção. Todavia, se houver mais operações na bolsa no mesmo mês, e somar mais de R$ 1.500,00, os ganhos líquidos auferidos serão tributados em 15% (pagamento através de DARF, código 6015). A soma das operações deve incluir todas as taxas de corretagem, emolumentos, ISS e outras.

sábado, maio 17, 2008

Dólar volta ao patamar da máxi de 1999

O dólar rompeu mais uma barreira e desceu ontem a seu mais baixo patamar desde janeiro de 99, período da crise cambial que levou o governo a adotar a livre flutuação da moeda. A queda de 0,85% registrada ontem levou o dólar a ser cotado a R$ 1,642, o mais baixo valor desde 20 de janeiro de 99.
No mercado financeiro, voltou-se a especular sobre a possibilidade de a Fitch Ratings promover o Brasil a grau de investimento muito em breve -expectativa que favoreceu o recuo da moeda estrangeira.
O dólar acumula queda de 7,6% ante o real neste ano. Em 2007, já havia recuado 16,85%.
Alexandre Ferreira, vice-presidente de moeda estrangeira do banco WestLB, destaca alguns pontos que ajudam a explicar o movimento cambial. Entre esses, estão a valorização das commodities no exterior, o diferencial dos juros praticados no país e lá fora e a política agressiva do Banco Central para conter a inflação.
"Podemos ter ainda uma apreciação maior do real. Mas temos de considerar que já estamos tendo uma deterioração em pontos como a balança comercial e a conta corrente, que devem ajudar a conter um pouco a valorização."
(Fonte: Fabricio Vieira, Folha de São Paulo).

sexta-feira, maio 16, 2008

Tesouro Direto 1

Na terça-feira, no post "IPCA projeta inflação de 6,37%", sugeri o investimento nos títulos NTN-B. Abaixo um texto publicado no dia 09/05/08 no site AE Investimento (Agência Estado).
Inflação em alta: como fica o investimento em títulos públicos?
Papéis atrelados ao IPCA são opção apenas para quem tem maior apetite ao risco. Veja por quê
Vinícius Pinheiro - AE
A ameaça de alta da inflação volta a assustar os investidores nesta sexta-feira e promete trazer mais incerteza para as aplicações. Enquanto o IPCA, índice oficial e usado no sistema de metas de inflação, subiu para 0,55% em abril, a prévia do IGP-M de maio atingiu 1,36%.
Para quem aplica ou deseja aplicar no Tesouro Direto, sistema que permite a compra de títulos públicos pela internet, a alta da inflação também traz dúvidas e pode levar a decisões equivocadas. Segundo os especialistas, a opção mais segura para o investidor de perfil conservador são as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), papéis com rentabilidade vinculada à taxa básica de juros (Selic).
Já quem imaginou que poderia ganhar com a alta dos índices de preços aplicando em títulos públicos é preciso ficar atento: os títulos atrelados à inflação são recomendados neste momento apenas aos investidores com maior apetite ao risco.
Isso porque a rentabilidade da chamada Nota do Tesouro Nacional – série B (NTN-B) – título atrelado à variação do IPCA – é composta também de juros prefixados, definidos no momento da compra. Essa taxa varia muito e depende da visão do mercado sobre o comportamento da Selic.
Ou seja, se os investidores esperam que os juros poderão subir mais, quem investiu em NTN-B em um momento de maior otimismo acabou comprando papéis com uma taxa prefixada menor do que as praticadas pelo mercado hoje.
Para o gerente da mesa de títulos da corretora Ativa, César Ferraz, a remuneração da NTN-B é atraente, mas como existe muita incerteza no mercado em relação à taxa de juros, o investidor poderá sofrer perdas caso precise resgatar o título antecipadamente.
Atualmente, uma NTN-B com vencimento em agosto de 2012 possui taxa de 8,06% ao ano, além da inflação, bem acima da taxa de 7,89% paga por quem comprou o papel no início do mês. Se esse investidor decidisse vender o título hoje, portanto, amargaria uma perda referente à diferença entre as duas taxas.
Indefinição
Existe hoje um consenso de que os juros vão subir, mas a alta da inflação provoca uma maior incerteza sobre o tamanho da elevação necessária para segurar os preços. “Enquanto houver indefinição sobre o que vai acontecer com a taxa de juros, não há como os títulos prefixados, como as NTN-B, não sofrerem”, afirma o diretor da empresa de gestão de recursos Meta Asset Management, Alexandre Horstmann.
Apesar dos riscos, o executivo não recomenda a venda dos papéis atrelados à inflação para quem investiu em momentos de maior euforia, como na semana passada, após a conquista da classificação de grau de investimento pelo Brasil, e teve perdas. “A NTN-B continua uma opção interessante para quem está disposto a correr mais riscos”, avalia.

Bolsa de Valores 11

Bovespa fecha acima de 72 mil pontos e quebra novo recorde
A Bolsa de Valores de São Paulo quebrou novo recorde histórico nesta sexta-feira, ao fechar acima dos 72 mil pontos pela primeira vez e índice teve valorização de 1,78% aos 72.766 pontos.
Contribuíram para o novo recorde a escalada das commodities, dólar no menor nível em nove anos, expectativa de outro grau de investimento do Brasil e movimento calmo dos mercados externos.
O recorde é o oitavo desde que a agência Standard & Poor´s elevou o rating soberano brasileiro para o primeiro degrau da faixa considerada investimento seguro. Desde então, o índice já subiu 14%. O giro do pregão nesta sexta foi de R$ 6,88 bilhões.
"O mercado está trabalhando com a hipótese de que a agência Fitch também vai elevar a nota do Brasil", disse Kelly Trentin, analista de investimentos da corretora SLW.
No plano externo, o efeito negativo da queda do índice de confiança do consumidor norte-americano ao menor nível em 28 anos sobre Wall Street foi perdendo força ao longo do dia, até ser quase totalmente absorvido. O índice Dow Jones fechou em leve queda de 0,05%.
Esse panorama foi um prato cheio para os comprados, investidores do mercado de opções que apostam na alta dos papéis. O vencimento desses contratos vence na segunda-feira.
As ações preferenciais da Petrobras , as mais importantes do Ibovespa, subiram 2,2%, a R$ 48,15, também refletindo a escalada do petróleo, cujo barril subiu para novo recorde nesta sexta-feira, acima dos US$ 126. Na mesma mão, as preferenciais da Vale ganharam 3,1%, cotadas a R$ 58,62.
À frente delas, apareceram os papéis de outras empresas ligadas a commodities, sob liderança das preferenciais da Sadia , com avanço de 5,6%, a R$ 12,99. Puxando a fila das siderúrgicas, os papéis preferenciais da Gerdau deram um salto de 5,1%, a R$ 80,04.
(Fonte: Site Terra)

IPCA deve fechar em 5,5%, diz consultoria

A piora da inflação já fez com que as empresas de consultoria revisassem suas projeções. Em nota enviada ontem aos seus clientes em caráter excepcional, a Tendências reviu suas expectativas para inflação e juros para este ano. A projeção para o IPCA subiu de 4,8% para 5,5%.
Para a Selic (a taxa básica de juros), a expectativa é que encerre o ano em 14,25%, contra 13,25% de previsão anterior. O juro sobe então três pontos percentuais em relação ao início do atual ciclo de alta.
Segundo Marcela Prada, economista da Tendências, a principal mudança na estimativa de inflação para 2008 ocorreu na projeção para os preços dos alimentos. O movimento foi surpreendente. A variação acumulada em 12 meses desses preços no IPCA subiu de 10,8% no final de 2007 para 12,6% em abril. No ano, os preços dos alimentos já subiram 4,4%. Como parece pouco provável uma reversão consistente dos preços dos alimentos já neste ano, a projeção para eles em 2008 subiu de 5% para 8%.
(Fonte: Folha de São Paulo, 16/05/08, por Guilherme Barros)

A Bolha Brasileira

Os analistas internacionais parecem culpar uma “bolha” no mercado imobiliário como a principal responsável pela crise americana atual. A seu próprio modo o Brasil também está com uma “bolha”. Mas, ao contrário da americana, a bolha brasileira parece passar despercebida pela grande maioria dos experts em finanças. Até o momento ninguém notou o perigo que representa o aumento da inflação para os financiamentos de longo prazo, que estão sendo providenciados na economia brasileira.
Leia mais no blog do Adolfo Sachsida
http://bdadolfo.blogspot.com/

quinta-feira, maio 15, 2008

Bolsa de Valores 10

Ninguém segura a Bovespa
A Bolsa de Valores de São Paulo quebrou mais um recorde de fechamento nesta quinta-feira e fechou com alta de 2,09%, aos 71.492 pontos. O volume financeiro negociado atinigiu a marca de R$ 6 bilhões. A bolsa paulista acompanhou o desempenho de Wall Street, que melhorou de no período da tarde. O índice Dow Jones teve alta de 0,73% e o Nasdaq e o S&P superaram 1% de valorização.
Entre os papéis com mais peso no Ibovespa, os da Vale subiram 2,88%, negociados a R$ 56,84. Segundo analistas, a notícia de que siderúrgicas e tradings chinesas foram convocadas a boicotar o minério de ferro extraído pela Rio Tinto e vendido no mercado à vista favoreceu a alta da Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo.
Outro ponto positivo citado por analistas foi o aumento da perspectiva de que uma outra agência de classificação de risco, possivelmente a Fitch, dê ao Brasil o grau de investimento. "Acreditamos que é apenas uma questão de tempo para que aconteça essa confirmação do grau de investimento por outras agências, principalmente pela Fitch", disse Américo Reisner, analista de investimentos da corretora Fator, acrescentando que as apostas que a nova classificação chegue rápido se intensificaram nos últimos dias.
As ações preferenciais da Petrobras, que influenciam muito no desempenho do Ibovespa, também fecharam valorizadas. Os papéis exibiram alta de 1,75%, negociadas a R$ 47,11.
(Fonte: Site Terra)

Inflação pelo IGP-10 triplica alta em maio, para 1,52%

O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) ficou em 1,52% em maio, mais que triplicando o valor em relação à taxa apurada em abril, que foi de 0,45%, segundo divulgou nesta quinta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). As altas dos alimentos e combustíveis foram responsáveis pelos ganhos da inflação. Foi a maior leitura do índice desde dezembro de 2007, quando subiu 1,59%.
Fonte: Site Terra

quarta-feira, maio 14, 2008

Bolsa de Valores 9

Confira por que a Bolsa fechou em queda nesta quarta-feira
Após bater dois recordes consecutivos, os investidores aproveitaram a alta da Bovespa nos últimos dias para vender as ações e embolsar os ganhos, no movimento conhecido como realização de lucros. Assim, o Ibovespa – principal índice do mercado brasileiro – encerrou o dia em queda de 0,68%, a 70.026 pontos. O volume financeiro foi expressivo e atingiu R$ 6,7 bilhões.
A Bolsa se manteve em alta na maior parte do pregão, acompanhando a valorização dos mercados nos EUA - onde o índice Dow Jones subiu 0,51% -, mas acabou cedendo durante a tarde.
Enquanto isso, na Bovespa, praticamente nenhuma das ações mais negociadas registrou alta. Com a queda dos preços do petróleo, que encerram o dia a US$ 124,22 (-1,26%), as ações preferenciais (PN) Petrobras apresentaram queda de 1,38%. Os papéis da Vale, que se mantiveram no campo positivo durante a maior parte do dia, também acabaram cedendo e encerram em baixa de 0,50%.
O destaque isolado ficou por conta do Banco do Brasil, que subiu 1,87% após divulgar o balanço do primeiro trimestre. A instituição anunciou lucro líquido de R$ 2,347 bilhões nos três primeiros meses do ano, o que representa um crescimento de 66,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi superior ao registrado pelos seus principais concorrentes privados. O Bradesco apresentou um lucro de R$ 2,102 bilhões e o Itaú, de R$ 2,043 bilhões.
Na visão dos analistas, os números do BB foram “turbinados” por efeitos extraordinários, ou seja, que não se repetirão nos próximos trimestres.
Fonte: Agência Estado

Bolsa de Valores 8

Mercado tenta realização na Bolsa
O Ibovespa fechou hoje em queda de 0,68%. Contudo, até as 15h20 o índice estava de lado quando iniciou um forte movimento de realização acompanhado do aumento no volume de negócios até o fechamento. A queda foi puxada pela realização das alções da Petrobras (PETR4 -1,38%) e da Vale (VALE5 -0,5%).
"De acordo com operadores, o movimento de realização de lucros com os papéis foi precipitado pela queda dos preços internacionais do petróleo. Em Nova York, o barril da commodity caiu 1,25%." (Fonte: site terra).
Desde a notícia do Investment Grade a Bolsa vem batendo recordes seguidos. Para os grafistas, vários indicadores estão muito esticados, o que indica uma tendência de ajuste dos preços das ações, o que já vem ocorrendo há alguns dias, mas as boas notícias vem superando as más, como o crescimento na venda de automóveis, o novo pacote econômico do governo, a lucratividade da Petrobras e do Banco do Brasil, entre outras, o que não tem permitido a realização forte dos lucros.
Ou seja, é cada dia mais forte a possibilidade de realização de lucros na Bolsa, principalmente dos papéis da Vale e da Petrobras.

Bolsa de Valores 7

Saldo estrangeiro na Bovespa soma R$ 8,9 bi no ano
O fluxo de capital externo para o mercado acionário brasileiro em 2008 está positivo em R$ 8,96 bilhões até o dia 9 deste mês, segundo a Bovespa. O saldo é resultado de quase R$ 6,6 bilhões em aquisições realizadas pelos estrangeiros nas ofertas públicas de ações e do saldo positivo da negociação direta na Bovespa, de R$ 2,37 bilhões.
Apenas em maio, até o dia 9, o balanço da negociação dos investidores estrangeiros na Bovespa está positivo em R$ 2,15 bilhões, resultado de vendas no valor de R$ 15,52 bilhões e de compras de ações de R$ 17,67 bilhões.
(Fonte: Agência Estado, por Cesar Bianconi)

terça-feira, maio 13, 2008

Renda Fixa 1

O investidor de renda fixa deve ficar atento com relação a incedência de imposto de renda sobre o valor aplicado. Alguns fundos, principalmente os considerados de curto prazo, tem uma tabela de imposto que permite apenas uma redução do imposto de renda, como segue na tabela abaixo:
O recomendável é pesquisar qual a tabela de imposto de renda de cada fundo. Os fundos de longo prazo, normalmente, tem redução de imposto de renda conforme o tempo de aplicação como segue abaixo:
O investidor, mesmo que saiba que aquele dinheiro investido será usado num prazo menor que um ano, deve pesquisar a rentabilidade histórica dos fundos com a tabela regressiva de imposto de renda, pois sempre existe a possibilidade das necessidades mudarem com o tempo. (Tabelas do site do Banco do Brasil)

Bolsa de Valores 6

Valorização das ações da Petrobras assegura alta do Índice Bovespa
A Petrobras conduziu a Bovespa para mais um fechamento recorde. O lucro líquido trimestral de quase R$ 7 bilhões anunciado ontem à noite pela Petrobras turbinou a alta da ação (PETR4, alta de 2,62%). O Ibovespa subiu 0,12%, para o nível histórico de 70.503,2 pontos. No mês, a Bolsa acumula alta de 3,88% e, no ano, de 10,36%. Além do balanço, as ações da estatal ainda contaram com a alta do petróleo no exterior.
(Fonte: Agência Estado, por Claudia Violante / editado pelo Blog)

Comento:
Apesar do recorde, a bolsa andou de lado, segurado pelas ações da Petrobras e da Vale. A maior parte das ações fecharam no negativo, inclusive do setor siderúgico que vinham colaborando com os recordes sucessivos da Bolsa.

IPCA projeta inflação de 6,37%

A estimativa para a inflação deste ano é de 6,37%, se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos primeiros quatro meses for anualizado. A taxa de 6,37% está quase rompendo o limite superior da política de meta de inflação, de 6,5%. Essa política prevê que a meta a ser perseguida pelo Banco Central este ano é de 4,5%, mas a inflação poderá ficar num intervalo de 2 pontos porcentuais abaixo ou acima dessa meta. Em outras palavras: a inflação poderá ficar entre 2,5% e 6,5% este ano.
Se o impacto da alta dos preços dos alimentos for retirado da projeção de 6,37% para o IPCA deste ano, o índice ficará em 4,45%, ou seja, bem perto do centro da meta. O dado que mais chama a atenção, porém, é a projeção para o Índice Geral de Preços (IGP), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que indica 10,22% este ano, mesmo sem considerar a alta dos preços dos alimentos.
No caso brasileiro, a inflação de alimentos está sendo acompanhada por um aumento considerável dos preços das matérias-primas, como aço, produtos químicos e metais, utilizadas pela indústria, e por uma demanda muito aquecida, segundo fonte do governo. A combinação desses três elementos é que está levando o BC a adotar uma política monetária mais ativa, com alta das taxas de juros, segundo o mesmo informante.
A avaliação de que existe atualmente uma inflação de demanda no Brasil passou a ser mais difundida no governo depois que foi divulgada pela FGV, na semana passada, a primeira prévia de maio do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que é utilizado para a correção dos aluguéis. Até a primeira prévia de maio, o IGP-M acumula elevação de 4,48% no ano e de 11,25% em 12 meses.
(Fonte: O Estado de São Paulo, 13/05/08, Beatriz Abreu e Ribamar Oliveira)

Comento:
Com a perspectiva de aumento constante do IPCA e para aqueles que compram títulos do governo no Tesouro Direto, esse é o melhor momento para comprar Notas do Tesouro Nacional, série B (NTN-B). São títulos com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra, com juros pagos semestralmente.
Os títulos NTN-B com vencimento em 15/08/2010 estão pagando 8,26% aa + o IPCA.
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/

Bolsa de Valores 5

Sem pressão externa, Bolsa sobe 1,11% e bate recorde
Bastou o cenário externo não atrapalhar que a Bolsa de Valores de São Paulo quebrou mais um recorde de pontuação. Com a alta de 1,11% registrada no pregão de ontem, a Bovespa passou a acumular valorização anual de 10,22% e cravou 70.415 pontos.
O que os operadores de mercado têm observado é a contínua entrada de capital externo à procura de ativos brasileiros. Na primeira semana do mês, R$ 2,01 bilhões líquidos saíram dos bolsos dos estrangeiros para comprar ações na Bovespa. Em abril, o saldo das operações feitas com capital externo ficou positivo em R$ 6 bilhões, cifra inédita para um mês.
Como os estrangeiros detêm participação de 35% nas operações realizadas no mercado acionário doméstico, sua disposição acaba por ter relevante peso nos rumos da Bolsa.
No mercado brasileiro, o cenário internacional menos tenso reacende as expectativas positivas desencadeadas pela elevação do país a grau de investimento pela Standard & Poor's no dia 30 de abril.
(Fonte: Folha de São Paulo, 13/05/08, FABRICIO VIEIRA)