segunda-feira, maio 26, 2008

Aplicações em títulos públicos federais valem a pena dependendo das tarifas cobradas por bancos e corretoras

Aplicar nos títulos oferecidos pelo Tesouro Direto pode ser uma boa opção, especialmente neste momento de alta das taxas de juros. Mas o investidor deve, antes de mais nada, estar atento às taxas cobradas pelas corretoras e bancos que fazem a custódia dos títulos.
Segundo levantamento realizado pelo Tesouro Nacional, a taxa cobrada pelos agentes de custódia -bancos e corretoras contratados pelos investidores para poderem comprar títulos públicos, responsáveis pelo cadastro e a administração de suas contas- varia de zero a 4% ao ano. Se for considerado um retorno anual médio de 12% para os títulos públicos, essa taxa faz uma grande diferença no ganho final da aplicação.
Por isso, analistas recomendam que o investidor, independentemente do volume que aplica, fique atento e se informe sobre todas as taxas a serem cobradas na operação. As instituições financeiras têm de informar claramente todos os custos envolvidos. Pelas normas do Tesouro, as taxas cobradas pelas instituições são "livremente pactuadas com os investidores".
"As corretoras executam as ordens de compra e venda dos títulos, trabalho pela qual cobram. Como a cobrança vai de zero a taxas proibitivas, o investidor deve pesquisar e saber exatamente os custos de cada negócio que irá fazer", afirma a consultora de investimentos Márcia Dessen, da Bankrisk.
À primeira vista, a taxa cobrada pelos agentes de custódia pode não parecer relevante. Mas, se o investidor encontrar uma taxa de 4% e tiver um retorno de 12% no título que comprar, conseguirá no final um ganho líquido de apenas 7,7%. Ou seja, para obter um retorno desses seria mais tranqüilo deixar o dinheiro parado na poupança. Dessa forma, pesquisar é fundamental.
Segundo o ranking do Tesouro, entre as que cobram menos taxa -na realidade, zero-, estão as corretoras Socopa, Spinelli, Codepe e Banif. Na outra ponta, entre os que cobram as taxas mais elevadas, que chegam a 4% ao ano, aparecem o Bradesco e o Itaú.
"É importante estar atento às taxas cobradas e aprender a negociar. O investidor deve entender que 1 ponto percentual em uma taxa cobrada faz muita diferença", diz Dessen. "Se conseguir uma taxa baixa, digamos de 0,50%, será muito interessante. Isso porque, se buscasse um fundo de renda fixa, que desse retorno similar ao do título público, muito dificilmente encontraria uma taxa de administração de 0,50%", afirma a analista.
(Fonte: Folha de São Paulo, FABRICIO VIEIRA)