quarta-feira, maio 21, 2008

Juro real deve atingir o menor nível desde 2003

Com base nas projeções de mercado para o IPCA, levantamento mostra que taxa cai para 6,5% este mês
A despeito do aumento da Taxa Selic no mês passado, o juro real continua em queda e deve, no final de maio, atingir o menor nível em quase cinco anos, desde novembro de 2003.
Levantamento feito pelo Estado com base nas projeções de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra que o juro real deve cair para 6,50% ao ano neste mês, levando-se em conta o atual nível da Selic.
Em abril, após o aumento da taxa básica para 11,75%, o juro real estava em 6,71% ao ano.
O juro real é calculado pela diferença entre a taxa de juros nominal e um determinado índice de inflação.
O indicador mede o custo efetivo do dinheiro e é o mecanismo que influencia o nível da demanda e, conseqüentemente, dos preços da economia.
COMMODITIES
A queda do juro real no Brasil acontece em um período delicado para a política monetária. Com o aumento da demanda global, as principais commodities internacionais - como arroz, trigo, petróleo e metais - têm apresentado forte elevação dos preços, o que pressiona a inflação.
A situação se agrava ainda mais com o aquecimento da economia brasileira. Nesse quadro, a queda do juro real pode acelerar ainda mais o consumo e o ritmo de aumento de preços.
Na pesquisa Focus divulgada na segunda-feira, analistas previam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo vai subir 0,48% em maio. Se confirmada essa previsão, a inflação vai acumular alta de 5,25% em 12 meses.
Levando-se em conta o nível atual da Selic, o juro real fica em exatos 6,50% ao ano. Esse número - gerado pela diferença entre a Selic e o IPCA - é o menor desde 2003.
Naquele ano, a economia sofria com a disparada da inflação causada pela desvalorização cambial durante a eleição presidencial do ano anterior, o que reduzia o juro real.

Em outubro de 2003, o número estava em 5,02%, fruto da inflação de quase 14% e da Selic de 19%.
RITMO FORTE
O levantamento mostra também que o aumento da Selic anunciado em abril foi, em termos de juro real, insuficiente para fazer frente à escalada dos preços. Isso quer dizer que a inflação subiu em ritmo mais forte que o aperto monetário decidido pelo Banco Central, o que manteve o juro real em queda.
O cenário reforça a expectativa dos analistas de mercado de que o Banco Central deve continuar subindo os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 3 e 4 de junho. Mas há dúvidas sobre o tamanho do esperado aumento da Selic.
Se a taxa subir 0,50 ponto porcentual, para 12,25% ao ano, o juro real avança para 7% e volta ao patamar de novembro de 2007. Se o aperto for maior, com aumento de um ponto porcentual, o juro real subirá para 7,50% e retorna ao nível de julho de 2007.
CENÁRIOS
6,5% ao ano: é para quanto deve cair o juro real neste mês, levando-se em conta o atual nível da Selic. Em abril, após o aumento da taxa básica para 11,75%, o juro real estava em 6,71% ao ano
0,48%: é quanto vai subir o IPCA em maio, segundo previsão de analistas na última pesquisa Focus. Se confirmada a previsão, a inflação vai acumular alta de 5,25% em 12 meses
(Fonte: O Estado de São Paulo, Fernando Nakagawa)

1 Comments:

At 8:57 AM, Anonymous Anônimo said...

This is great info to know.

 

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