sexta-feira, maio 16, 2008

Tesouro Direto 1

Na terça-feira, no post "IPCA projeta inflação de 6,37%", sugeri o investimento nos títulos NTN-B. Abaixo um texto publicado no dia 09/05/08 no site AE Investimento (Agência Estado).
Inflação em alta: como fica o investimento em títulos públicos?
Papéis atrelados ao IPCA são opção apenas para quem tem maior apetite ao risco. Veja por quê
Vinícius Pinheiro - AE
A ameaça de alta da inflação volta a assustar os investidores nesta sexta-feira e promete trazer mais incerteza para as aplicações. Enquanto o IPCA, índice oficial e usado no sistema de metas de inflação, subiu para 0,55% em abril, a prévia do IGP-M de maio atingiu 1,36%.
Para quem aplica ou deseja aplicar no Tesouro Direto, sistema que permite a compra de títulos públicos pela internet, a alta da inflação também traz dúvidas e pode levar a decisões equivocadas. Segundo os especialistas, a opção mais segura para o investidor de perfil conservador são as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), papéis com rentabilidade vinculada à taxa básica de juros (Selic).
Já quem imaginou que poderia ganhar com a alta dos índices de preços aplicando em títulos públicos é preciso ficar atento: os títulos atrelados à inflação são recomendados neste momento apenas aos investidores com maior apetite ao risco.
Isso porque a rentabilidade da chamada Nota do Tesouro Nacional – série B (NTN-B) – título atrelado à variação do IPCA – é composta também de juros prefixados, definidos no momento da compra. Essa taxa varia muito e depende da visão do mercado sobre o comportamento da Selic.
Ou seja, se os investidores esperam que os juros poderão subir mais, quem investiu em NTN-B em um momento de maior otimismo acabou comprando papéis com uma taxa prefixada menor do que as praticadas pelo mercado hoje.
Para o gerente da mesa de títulos da corretora Ativa, César Ferraz, a remuneração da NTN-B é atraente, mas como existe muita incerteza no mercado em relação à taxa de juros, o investidor poderá sofrer perdas caso precise resgatar o título antecipadamente.
Atualmente, uma NTN-B com vencimento em agosto de 2012 possui taxa de 8,06% ao ano, além da inflação, bem acima da taxa de 7,89% paga por quem comprou o papel no início do mês. Se esse investidor decidisse vender o título hoje, portanto, amargaria uma perda referente à diferença entre as duas taxas.
Indefinição
Existe hoje um consenso de que os juros vão subir, mas a alta da inflação provoca uma maior incerteza sobre o tamanho da elevação necessária para segurar os preços. “Enquanto houver indefinição sobre o que vai acontecer com a taxa de juros, não há como os títulos prefixados, como as NTN-B, não sofrerem”, afirma o diretor da empresa de gestão de recursos Meta Asset Management, Alexandre Horstmann.
Apesar dos riscos, o executivo não recomenda a venda dos papéis atrelados à inflação para quem investiu em momentos de maior euforia, como na semana passada, após a conquista da classificação de grau de investimento pelo Brasil, e teve perdas. “A NTN-B continua uma opção interessante para quem está disposto a correr mais riscos”, avalia.