segunda-feira, junho 30, 2008

Futuro incerto

Se os Estados Unidos voltarem a subir sua taxa básica de juros, que está em 2% ao ano, a saída de capital do mercado acionário doméstico pode se aprofundar. Isso porque, se os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mundo, passarem a render juros maiores, cresce a possibilidade de grandes investidores migrarem de aplicações mais arriscadas (como é o caso das ações) para eles. A concretização de um cenário desse poderia ser ainda mais punitivo à Bolsa local.
Para os estrangeiros, a Bovespa ainda tem gordura para queimar. É que em dólares a Bolsa ainda registra ganhos de 10,93% acumulados em 2008.
(Fonte: Folha de São Paulo)

Estrangeiro tira R$ 7 bi da Bolsa

A recente promoção do Brasil a grau de investimento não foi suficiente para evitar a debandada de capital externo do mercado acionário local. Com o cenário internacional pouco favorável, o que se tem visto neste mês é a saída recorde de investimento estrangeiro da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
No dia 24, o saldo mensal das operações dos estrangeiros apontava a saída líquida de R$ 7,4 bilhões - cifra recorde para um mês. Isso significa que nunca antes a diferença entre o volume de ações compradas e vendidas pelos estrangeiros foi tão grande.
No balanço anual, que está com saldo negativo de R$ 6,64 bilhões, a situação é a mesma, sendo este, até o momento, o pior ano do real.
Isso ajuda a explicar por que a Bovespa está com queda acumulada de 11,39% em junho, próxima de ter o pior mês desde setembro de 2002, quando caiu 16,95%.
(Fonte: Diário Catarinense)

domingo, junho 29, 2008

Mais uma semana para ser esquecida

Quando tudo parecia acalmar, um fim de semana turbulento, quase ameaçador, no mercado financeiro internacional. Após grande queda, da ordem de 3%, na quinta-feira, a bolsa americana chegou a cair novamente até 1,8%, mas se recuperou ligeiramente no fim da tarde, fechando equilibrada, em torno de 0%. Não se refez das perdas de quinta-feira, mas não caiu mais, como se temia.
O mercado sentiu em cheio o efeito de duas pressões de baixa: o anúncio de novos rebaixamentos de bancos americanos, que confirmaram perdas, e mais um aumento no preço do barril do petróleo, agora beirando os US$ 143. Nem animaram os bons resultados da economia americana - foi divulgado o consumo interno de maio, que teve aumento de 0,8%.
Vamos ter uma segunda-feira ainda tensa, com as bolsas podendo entrar numa fase de vendas. Isso, no entanto, não indica até agora descontrole ou movimento de vendas generalizadas. Muito vai depender dos balanços que devem ser anunciados.
AFINAL, O QUE ESTÁ HAVENDO?
Dá para entender o que está acontecendo na economia e nas bolsas do mundo? Vamos tentar. Primeiro, alguns bancos importantes anunciaram novas perdas em decorrência da crise do mercado imobiliário.
O segundo fator foi o salto do preço do petróleo, sinalizando menor crescimento e, em conseqüência, também menor lucro das empresas com ações na bolsa voltada para o mercado consumidor, seguindo as financeiras já em baixa. Aqui entram mais dois fatores perversos, que formam um círculo vicioso negativo:
1 - A desvalorização das ações, principalmente das financeiras, empurrou ainda mais os investidores para os fundos de commodities, em busca de lucro e segurança;
2 - Mas, por sua vez, esse afluxo de recursos para os fundos provoca o aumento do preço do petróleo, já em alta por causa da maior demanda, oferta estável e tensões geopolíticas. Isso também afeta os preços dos alimentos, através do alto custo de fertilizante, óleos combustível e diesel, intensamente utilizados no plantio, colheita e comercialização das safras.
Temos aí dois fatores convergentes que pressionam a inflação, migração para os fundos de commodities, preço dos alimentos. Isso, mais o aumento da demanda, explica em grande parte o surto inflacionário atual.
TEM MAIS, TEM MAIS...

Mas o processo não pára aí; a inflação alta obriga os bancos centrais a elevar a taxa de juro para conter a demanda. A conseqüência desse processo é um crescimento menor das economias americana e européia, já estagnadas, e de países emergentes, como o Brasil, ou em desenvolvimento.
E aí se fecha o círculo vicioso: menor crescimento, menor previsão de lucro, menor valorização das ações, quer seja das empresas voltadas para o consumo, ou das financeiras, já abaladas pela crise imobiliária. E começa tudo de novo, migração para os fundos de commodities, etc.
E TEM O DÓLAR TAMBÉM
Chega? Até seria bom, mas ainda não é tudo. Todo esse processo leva a uma desvalorização do dólar. Mas, como as commodities - alimentos, petróleo - são comercializadas em dólar, os produtores aumentam os preços para compensar a perda com o câmbio, com o dólar que vale menos. O petróleo é o principal afetado em curto prazo pelo recuo do dólar. Outros fatores determinantes da alta do preço são a permanência do consumo elevado, a estabilização da oferta e as tensões políticas nos integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O menor crescimento econômico e menor consumo dos países desenvolvidos estão sendo anulados pelo crescimento da demanda sustentado pelos países emergentes e em desenvolvimento, que não foram atingido pela crise.
E O BRASIL NISSO TUDO?
Nossa bolsa segue as oscilações da americana mesmo porque grande parte dos investidores de lá está aqui também. Além disso, as grandes empresas brasileiras estão na bolsa americana. É verdade que isso poderia ser contrabalançado pelos lucros que a maioria das empresas vem obtendo, há anos, na bolsa paulista, mas esse não chega a ser, no momento, um elemento determinante no comportamento das ações.
Quanto aos outros fatores, temos petróleo, mas importamos, e, mesmo o produzido aqui, em real, tem seus derivados vendidos com base na cotação internacional, hoje de quase US$ 143 o barril. O governo e a Petrobrás, estão, por enquanto, absorvendo em parte a alta dos preços internacionais sobre a gasolina e o óleo diesel, mas os repassa para os demais derivados.
Mas não estamos de todo imunes, porque a alta externa do petróleo é repassada para os demais derivados, principalmente fertilizantes e combustíveis. Além disso, o Brasil importa a maior parte do fertilizante que consome.
GOVERNO FEZ POUCO
Não estamos livres do que se passou lá fora, nesta semana, mas apenas melhor do que os outros. Temos um mercado financeiro e bancário sólido, que não foi atingido pela crise externa; somos afetados diretamente na bolsa, onde as empresas vão buscar capitais, no comércio exterior, que desacelera, e principalmente na inflação, hoje a principal ameaça do Brasil à preservação do crescimento econômico.
E aqui uma observação que deveria servir como alerta para o governo: não adianta a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, afirmar que o governo está muito atento à inflação. Insistimos, falta uma ação mais firme que, decididamente, não vemos nessa decisão de aumentar o superávit primário 0,50 ponto do PIB. Na verdade, os gastos do governo, representando afluxo de recursos no mercado interno, podem até crescer com o aumento da arrecadação. Nunca o governo teve tanto dinheiro.
No fundo, é insignificante a contribuição fiscal anunciada pelo governo para conter o avanço da inflação, não significa praticamente nada. É preciso mais, ministra Dilma, muito, muito mais, principalmente com os índices confirmando, nesta semana, nova alta dos preços em tudo: alimentos, energia, serviços.
A manter o ritmo do primeiro semestre, se ficarmos apenas com o freio dos juros, mesmo apertados, vamos entrar na armadilha da indexação que nos leva à terra de ninguém. Exagero? Sim, e por que não? Tudo é válido para quebrar a expectativa e a inércia inflacionária.
(Fonte: O Estado de São Paulo)

sábado, junho 28, 2008

Como fica a Bolsa

Celso Ming
Este mês provavelmente fechará com queda ao redor dos 10% no Índice Bovespa, o medidor da evolução dos preços das principais ações. Isso significa que, em 30 dias, se evaporou boa parte dos ganhos de 13,6% que a Bolsa havia acumulado no ano até o final de maio.
As condições gerais da economia, tanto externas como internas, pioraram nas últimas cinco semanas. Embora não tenha voltado o pânico aos mercados, a falta de confiança se aprofundou, a inflação aumentou, a disparada dos preços do petróleo e dos alimentos tem força para impedir a recuperação da economia global, o dólar tende a desvalorizar-se ante outras moedas fortes, o Fed (banco central americano) está visivelmente mais preocupado com a saúde da economia e dos bancos do que com a inflação, o grande investidor americano parece aturdido e as bolsas americanas se movem aos solavancos.
Por aqui, as coisas não estão totalmente claras. Embora a atividade econômica continue robusta, a dívida soberana do País tenha sido promovida a grau de investimento e as reservas ultrapassado os US$ 200 bilhões, a verdade é que a inflação em 12 meses ameaça furar o forro da casa, o governo não pára de gastar e tudo isso junto turbina certa dose de apreensão sobre o futuro.
São pinceladas que não compõem uma pintura ensolarada para o mercado de ações. E, no entanto, a maioria das instituições que orientam o investidor na aplicação de seu dinheiro continua apostando no forte avanço da Bolsa ainda este ano, como indica a amostragem na tabela acima.
Essas projeções otimistas se baseiam no pressuposto de que os investimentos continuarão jorrando Brasil adentro, que os preços das commodities (inclusive petróleo) seguirão em alta e que a baixa atividade econômica dos Estados Unidos será em boa parte compensada pelo excelente desempenho da produção dos países emergentes, especialmente dos da Ásia, e pelo crescimento modesto (porém crescimento) da economia européia.
O Brasil tem a vantagem de encabeçar uma sigla agora muito falada (Bric), sobre a qual se voltam os focos de luz dos investidores globais. Em companhia da Rússia, da Índia e da China, o Brasil é visto como a economia que pode dar enorme contribuição para a superação da grande escassez enfrentada no início deste século pelo sistema produtivo global: a escassez das matérias-primas, da energia e dos alimentos.
Por isso, o País vai receber mais investimentos. Considerando-se que uma gama enorme de iniciativas na área de commodities está direta ou indiretamente ligada a corporações cujas ações são negociadas nas bolsas, é natural que o mercado brasileiro de ações continue atraindo capitais.
Mas essa é a visão estratégica e, portanto, de longo prazo. As instituições da tabela estão trabalhando com horizonte bem mais curto ou, mais precisamente, fazem suas projeções até o fim deste ano. São apostas sujeitas aos desvios a que a Bolsa não pode fugir.
A conclusão prática é sobejamente conhecida, mas não custa repetir: quem está nessa chuva pode se dar muito bem, mas tem de saber que corre o risco de se molhar.
(Folha de São Paulo)

Dow Jones pode ter o pior junho desde 1930

O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, caminha para ter o pior junho desde 1930, quando os Estados Unidos passavam pela Grande Depressão. Restando ainda o pregão de segunda-feira, o índice já caiu 10,22% no mês, maior queda em 78 anos, quando ele retrocedeu 18%.
Para que isso não aconteça, o índice Dow Jones (composto por 30 grandes empresas como Coca-Cola, Microsoft e GM) terá que subir mais de 1,05% na segunda-feira, o que não acontece desde o dia 13 (alta de 1,37%). Caso isso ocorra, o pior junho desde 1930 continuará com o de 1962.
O mês de junho foi especialmente ruim para a Bolsa de Nova York -as duas maiores queda do ano foram registradas nas últimas três semanas. A desvalorização de 3,13%, que ocorreu no dia 6, foi a segunda maior desde março de 2003, só perdendo para o 3,29% de 27 de fevereiro de 2007, após as perdas expressivas na Bolsa de Xangai (China) gerarem uma onda de temor pelos mercados financeiros mundiais. Anteontem, o índice Dow Jones recuou 3,03% e atingiu o seu menor nível desde setembro de 2006.
Dos 19 pregões realizados neste mês, 13 terminaram negativos. Antes do dia 6, o pior resultado do ano tinha ocorrido em 5 de fevereiro: desvalorização de 2,93%. No ano, o índice Dow Jones acumula queda de 14,5%.
Ontem, o índice Dow Jones caiu mais 0,93% e se aproximou do chamado "bear market", quando o mercado acumula desvalorização de 20% desde o seu pico. Com a queda de ontem, ele já caiu 19,89% desde 9 de outubro do ano passado, quando chegou ao seu nível máximo: 14.164,53 pontos.
A última vez que a Bolsa de Nova York entrou nesse período foi de 2000 a 2003, entre o estouro da bolha da internet e a recessão econômica dos EUA. Em média, eles duram cerca de dez meses.
Como aconteceu anteontem, o principal motivo para a queda no mercado foi as previsões sobre bancos. Para analistas do Merrill Lynch, o Lehman Brothers vai ter uma baixa contábil (revisão dos valores de ativos) de US$ 5,4 bilhões no segundo trimestre, devido ao rebaixamento das notas de seguradoras de títulos de dívida como MBIA e Ambac pelas agências de classificação de risco.
"As notícias sobre os resultados são de que o segundo trimestre provavelmente será pior do que imaginávamos", afirmou Ron Sweet, vice-presidente da USAA Investment Management. "As velhas notícias continuam rondando: são os preços de energia, são as baixas contábeis dos bancos, é a desaceleração da economia".
As ações do JPMorgan Chase foram as que mais caíram ontem entre as empresas do índice Dow Jones, 3,5%. Mas outras empresas ligadas ao setor financeiro também tiveram desvalorização em seus papéis. Os do Citigroup, o maior banco dos Estados Unidos, tiveram queda de 2,38%, e os do American Express, 2,19%. As ações do Lehman Brothers, que não fazem parte do Dow Jones, recuaram 1,59%.
Mais amplo, o S&P 500, formado por 500 empresas, retrocedeu 0,37% ontem. Já a Nasdaq, que reúne empresas de alta tecnologia, caiu 0,25%. Na Europa, as Bolsas de Paris e Frankfurt se desvalorizaram em 0,65% e 0,58%, respectivamente. Já Londres teve alta de 0,21%. O mercado mexicano se valorizou em 0,33%.
Na Ásia, que operou ainda sobre o impacto negativo de anteontem, a Bolsa de Tóquio recuou 2,01%. Em Hong Kong, a queda foi de 1,84%.
(Fonte: Folha de São Paulo)

Bovespa acumula perda de 11,4% em junho

A desvalorização da Bovespa neste mês tem assustado muitos investidores. Em junho, faltando apenas um pregão para o mês se encerrar, as perdas chegam a 11,39%. Até o momento, esse é o pior resultado mensal em mais de quatro anos.
A Bovespa conseguiu escapar de mais uma baixa ontem (subiu 0,59%), enquanto as Bolsas caíram mais um pouco lá fora. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,93%, o que elevou suas perdas mensais a 10,22%. A Nasdaq caiu 0,25%, com baixa mensal de 8,21%.
Desde abril de 2004, quando a Bolsa acumulou baixa de 11,45%, não se via um mês tão ruim. E, se a Bovespa voltar a recuar na segunda-feira, junho poderá ser o mês com pior desempenho desde setembro de 2002, quando o mercado foi abalado pela tensão que marcou as eleições que levaram o presidente Lula ao poder.
A Bolsa de Valores de São Paulo não tem conseguido se isolar do cenário econômico mundial mais adverso, marcado pelo enfraquecimento das principais economias e indesejáveis pressões inflacionárias, que têm derrubado os mercados acionários.
Na semana, a Bolsa paulista sofreu queda de 0,45%. Houve apenas 18 valorizações entre as 66 ações que compõem o índice Ibovespa.
(Fonte: Folha de São Paulo, Fabricio Vieira)

segunda-feira, junho 23, 2008

Estrangeiro retirou R$ 1,18 bi da Bovespa no dia 18

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou saída de R$ 1,184 bilhão em capital externo no pregão da quarta-feira passada, dia 18 de junho. Com esse resultado, o saldo negativo acumulado no mês subiu para R$ 6,392 bilhões. No acumulado do ano, o saldo negativo de recursos estrangeiros na Bovespa é de R$ 5,634 bilhões.
No pregão da quarta-feira passada, o índice Bovespa fechou em baixa de 1,97% a 67.090 pontos. O volume total de negócios no dia foi de R$ 12,183 bilhões, já incluído o giro financeiro com o exercício dos contratos de opções de Ibovespa.
(Fonte: Agência Estado)

sexta-feira, junho 20, 2008

BOVESPA ACUMULA SAÍDA DE R$ 5,2 BI EM CAPITAL EXTERNO EM JUNHO

Os investidores já retiraram em junho R$ 5,208 bilhões em capital externo da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), até o dia 17. Na terça-feira, foi registrada a saída de R$ 652,591 milhões. Ao longo do mês, foram contabilizadas entradas em apenas dois dias, 13 e 16. No acumulado de 2008, o saldo de capital estrangeiro na Bovespa está negativo em R$ 4,449 bilhões.
(Fonte: Agência Estado, Fabiana Holtz).

quinta-feira, junho 19, 2008

Wall Street derruba Bovespa

O fraco balanço da FedEx, empresa norte-americana de remessa de encomendas, o corte de 66% em dividendos pelo banco Fifth Third Bancorp, de Cincinnati, o alerta do Royal Bank of Scotland de que o mercado de ações e de crédito global pode passar por um "crash" nos próximos três meses e a alta do petróleo derrubaram as bolsas globais e o dólar, ontem. A Bovespa caiu 1,97% (67.090,4 pontos), elevando as perdas no mês a 7,58%. O dólar à vista chegou a subir, pressionado por temores com a economia norte-americana em meio à pressão inflacionária e a crise no setor financeiro, mas encerrou em baixa de 0,06%, a R$ 1,607, menor valor desde 20/1/1999. Lá fora, o euro subiu a US$ 1,5530. Os juros futuros voltaram a recuar porque os índices de inflação local, apesar de altos, vieram dentro do previsto. A taxa de janeiro 2010 cedeu a 14,75%.
(Fonte: O Estado de São Paulo, Claudia Violante, Silvana Rocha e Denise Abarca)

quarta-feira, junho 18, 2008

Inflação anula ganhos de poupança e fundos em maio

A recente disparada da inflação já anulou o rendimento da caderneta de poupança no ano e ameaça deixar negativa também a rentabilidade de outras aplicações financeiras que acompanham as taxas de juros, como os fundos de renda fixa e até mesmo os DI. Isso porque, até o momento, há um descompasso entre os efeitos da política de juros altos e os índices de preços. Em outras palavras, a inflação subiu muito e rápido, enquanto os juros sobem em ritmo mais lento.
Levantamento da consultoria Economática mostra que a poupança rendeu apenas 0,574% em maio, enquanto o IPCA saltou 0,79%. Foi a quarta maior perda do poder de compra da poupança desde o início do governo Lula, abaixo apenas dos três primeiros meses de 2003. No ano, o retorno de 2,869% da poupança foi insuficiente para cobrir perdas de 2,882% com a inflação.
Fundos no vermelho
A inflação no mês passado foi tão alta que mesmo os investidores dos fundos DI, de renda fixa e dos CDBs tiveram rendimento líquido negativo, dependendo do Imposto de Renda.
No caso dos fundos DI, o retorno bruto médio foi de 0,88%. Descontando-se um IR de 22,5% -alíquota para resgate em menos de seis meses- o rendimento cai para 0,682%. A perda aconteceu também no caso de incidência da menor alíquota, de 15% (resgate acima de dois anos), em que o ganho ficou em 0,748%.
Os fundos de renda fixa, que investem em títulos prefixados, tiveram retorno bruto de 1,01% em maio -líquido, teriam ganho entre 0,783% e 0,858%, dependendo do IR. Já para os CDBs, o retorno líquido variou entre 0,736% e 0,807%.
(Fonte: Folha de São Paulo, por Toni Sciarretta)

terça-feira, junho 17, 2008

Rendimento da poupança não cobre inflação de maio

O investidor em caderneta de poupança teve perda real no mês de maio, calculou a consultoria Economática. A rentabilidade da poupança naquele mês foi de 0,574%, porém descontada a inflação do período, de 0,79% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o rendimento real foi negativo em 0,214%. No acumulado do ano, a perda real é de 0,013%.
Fonte: Agência Estado.

Juro é pressionado por inflação alta

Enquanto a Bovespa e o dólar foram diretamente afetados pelo cenário externo, a cautela com os índices de preços locais balizou os negócios com juros na BM&F. As taxas curtas ficaram estáveis, mas as longas subiram após a pesquisa Focus, do Banco Central, confirmar a piora nas projeções para a inflação e a Selic. Os investidores vêem o juro básico no fim do ano mais alto e menos espaço para um possível recuo em 2009. O juro de janeiro 2009 manteve-se em 13,24%; e o de janeiro de 2010 subiu a 14,92%. O dólar iniciou a semana em queda ante o euro e o real, pressionado pelo fraco dado de atividade em Nova York em junho, o aumento da inflação ao consumidor na zona do euro em maio e o novo recorde intraday do petróleo, que depois caiu. O dólar recuou 0,67%, para R$ 1,625 no balcão. A Bovespa subiu 0,12%, aos 67.284,6 pontos.
Fonte: O Estado de São Paulo, Denise Abarca, Claudia Violante e Silvana Rocha)

Estrangeiros já retiraram R$ 4,8 bi da Bovespa em junho

A Bolsa de Valores de São Paulo informou que houve saída líquida (saques menos depósitos) de R$ 345,181 milhões em recursos de investidores estrangeiros no último dia 12. Com isso, o saldo negativo de capital externo do mês subiu para R$ 4,857 bilhões.
Além de a Bovespa não registrar entrada líquida em nenhum pregão deste mês, o saldo negativo já supera o resultado de janeiro - quando foi registrada a saída de R$ 4,731 bilhões. No acumulado do ano, o saldo negativo é um pouco menor, de R$ 4,098 bilhões.
(Fonte: Agência Estado, FABIANA HOLTZ)

quinta-feira, junho 12, 2008

Bovespa teve nova saída de capital externo no dia 9

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou saída de R$ 501,247 milhões em capital externo na última segunda-feira (dia 9). Naquele dia, o índice Bovespa fechou em baixa de 0,72%, a 69.281 pontos, e registrou um volume financeiro de R$ 5,035 bilhões. No mês de junho, ainda não houve ingresso de recursos estrangeiros. O saldo de investimentos externos neste mês está negativo em R$ 2,665 bilhões. No ano, o acumulado é negativo em R$ 1,907 bilhão.
Fonte: Agência Estado, Aline Cury Zampieri.
Comento:
O investment grade ainda não produziu o efeito esperado de entrada de novo capital estrangeiro na Bolsa. A espectativa de aumento de juros no Brasil e a possibilidade de queda na cotação das matérias primas, que aqui teria forte impacto, está afugentando os investidores.

PETRÓLEO CAI ABAIXO DE US$ 133 COM REALIZAÇÃO DE LUCROS

Os contratos futuros de petróleo, negociados no mercado internacional, ampliaram a queda vista desde a manhã de hoje, com os operadores realizando lucros, após os recordes na semana passada, enquanto o dólar permanece em alta ante o euro e o iene.
Fonte: Agência Estado, Patricia Lara
Comento:
Tá cara, há especulação com o petróleo.

quarta-feira, junho 11, 2008

IPCA de maio supera previsões e tem maior taxa desde 1996

A inflação de maio pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,79%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em abril, a inflação pelo IPCA havia sido de 0,55%. Trata-se da maior taxa para meses de maio desde 1996 (1,22%). A taxa superou de longe a apurada no mesmo mês do ano passado (0,28%) e foi puxada especialmente pelos alimentos, que já acumulam alta de 6,40% em 2008, bem acima da variação acumulada em todo o ano passado (2,81%).
Com o resultado do mês passado, o IPCA, índice oficial utilizado pelo Banco Central para cumprir o regime de metas de inflação, acumula alta de 2,88% nos cinco primeiros meses deste ano. No período de 12 meses até maio, a inflação pelo IPCA é de 5,58%. O centro da meta de inflação para 2008 foi estabelecido em 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
Comento:
Um instrumento interessante para proteger o seu suado dinheirinho da inflação é investir em papéis do tesouro direto (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/) vinculados ao IPCA. As Nota do Tesouro Nacional – série B (NTNB) com data de vencimento para 15/08/10 estão pagando 8,85%aa + IPCA.

segunda-feira, junho 09, 2008

Confira como deve se comportar a Bovespa neste início de semana

A última semana foi marcada mais por baixas que por altas na Bolsa de Valores de São Paulo. E a que começa hoje promete ser volátil, segundo analistas. "A performance do dólar e do preços das commodities (matérias-primas) continuará causando oscilação", afirma a estrategista da corretora Ativa, Mônica Araújo.
Nesta segunda-feira, os investidores deverão ficar mais atentos aos números relativos à inflação. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio e o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da semana encerrada dia 1º de junho. "Poderá haver algum reflexo na Bolsa se a inflação vier muito fora do esperado", diz Mônica.
A elevação dos preços afeta a Bovespa porque intensifica a expectativa de que o governo tente controlar a inflação por meio de um aumento dos juros básicos da economia. Quando isso acontece, os investidores preferem aplicar em ativos que rendem juros, considerados mais seguros que o mercado de ações. Quando eles vendem seus papéis, fazem a Bolsa cair.
Também serão divulgados hoje os dados semanais da balança comercial, calculados pelo Ministério do Desenvolvimento, além da Pesquisa Industrial de Emprego e Salário, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a noite, está programado um discurso do presidente do banco central norte-americano (Fed), Ben Bernanke. Na quarta-feira passada, Bernanke discursou na Universidade de Harvard e reafirmou a preocupação do Fed com a inflação nos Estados Unidos, aumentado o sentimento de que a instituição pode elevar os juros antes do final do ano.
(Fonte: Site aeinvestimentos.com.br, Mariana Segala)

domingo, junho 08, 2008

A gangorra da bolsa

A festa das commodities não acabou, mas a velocidade de valorização, observada nos últimos anos, talvez seja incompatível com o atual ciclo global de desaceleração. Isso quer dizer que os tempos gloriosos para a bolsa brasileira, com retornos anuais na casa dos 30% a 40%, podem estar com os dias contados, dado o peso das matérias-primas no Ibovespa. Não é nada para tirar o sono dos investidores com apetite para a renda variável, que ainda promete ser melhor do que a renda fixa. O que os analistas esperam é que os preços das matérias-primas se acomodem em níveis elevados. Haverá, sim, oportunidades em ações relacionadas à cadeia de produtos cotados internacionalmente, mas o risco no curto prazo aumentou.
De 31 de outubro de 2007 até o fim de maio, o MSCI Brasil, índice medido pelo Morgan Stanley, tinha subido 14%, bem mais do que a média dos emergentes, com valorização de 9,5%. No resultado brasileiro, 88% veio do par Petrobras e Vale , um indício de que a Bovespa estava pesadamente vulnerável a mudanças nos preços das commodities, diz Luís Fernando Lopes, do Pátria Investimentos.
Ele cita que regiões desenvolvidas como América do Norte, Europa ocidental, além de Japão, Austrália e Nova Zelândia devem apresentar um crescimento econômico entre 1% e 1,5% neste ano. O PIB dos EUA tende a ter expansão menor do que 1% e mesmo os emergentes vão experimentar alguma desaceleração. No Brasil, o freio vem sendo induzido pela via dos juros e o ritmo da atividade também deve ficar abaixo dos 5%. "Não é nada para arrancar os cabelos, o Ibovespa não deve ficar negativo", diz Lopes. "Mas num ano que promete volatilidade, com muitos dias como esses, prefiro ficar com o retorno de 13% a 14% do CDI do que com os 15% ou 20% da bolsa e evitar uma gastrite."
Para quem tem um horizonte de investimento mais amplo, de 5 a 10 anos, a renda variável ainda é uma boa pedida, diz Lopes. Nos próximos pregões, se a queda atingir ações que não têm a menor relação com as commodities, as oportunidades podem surgir em setores como varejo, construção civil e bancos. No longo prazo, até mesmo papéis diretamente ligados às matérias-primas são uma boa promessa, diz o economista-chefe do Banco WestLB, Roberto Padovani.
As preocupações de que os hedge funds tenham puxado os preços das commodities artificialmente são genuínas. Essa foi a maneira que esses investidores encontraram para buscar um refúgio contra a inflação e a desvalorização do dólar. Mas não dá para imaginar que todo o movimento de alta que se observou nos últimos meses seja puramente especulativo, diz o gestor de Renda Variável da Banif Nitor Asset Management, Rodrigo Lopes. "Os argumentos de demanda maior do que a oferta são muito fortes", diz. "Mesmo que haja alguma desaceleração na China, o país pode deixar de crescer 11% para ter uma expansão de 9,5% daqui a dois anos e, por isso, não acredito que esteja para estourar uma bolha", completa.
Mesmo que os exageros do mercado sejam corrigidos pela posição do Fed de voltar a defender a economia americana de uma alta inflacionária pelo remédio dos juros, os preços do petróleo não vão cair abaixo dos US$ 100,00, acredita Lopes, da Banif. O cenário de demanda para o minério de ferro nos próximos três ou quatro anos também segue apertado e as siderúrgicas continuarão a encontrar espaço para reajustar preços. Com as cotações do petróleo em alta, aumento de produção e a expectativa de novas descobertas, as ações da Petrobras permanecem no radar, diz, seguidas, na ordem, pelas siderúrgicas e Vale. As ações de papel e celulose são os menos atrativos por enquanto.
(Fonte: Jornal Valor Econômico, Por Adriana Cotias)

sexta-feira, junho 06, 2008

Gato escaldado

Argentinos vão aos bancos trocar peso por dólar
No meio do clima de incertezas econômicas e políticas provocado pela crise do governo de Cristina Kirchner com os ruralistas, os argentinos foram nos últimos meses aos bancos retirar depósitos em pesos para transformá-los em dólares. Em apenas quatro semanas, os bancos privados na Argentina perderam 6,018 bilhões de pesos, o equivalente a quase US$ 2 bilhões, segundo o relatório mensal do Centro de Economia e Finanças para o Desenvolvimento da Argentina. A queda dos depósitos, registrada entre o fim de abril e os últimos dias de maio, foi a maior ocorrida na Argentina nos últimos seis anos.
(Fonte: O Estado de São Paulo)

quinta-feira, junho 05, 2008

Poupança acirra disputa com DI

Alta dos juros favorece fundos, mas cobrança da taxa de administração pode levar vantagem para a poupança

As recentes elevações da taxa básica de juros e, mais que isso, a expectativa de que se mantenha em alta, por decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), para conter o avanço da inflação, trazem de volta o debate em torno da competitividade da caderneta de poupança, em rentabilidade, diante de seu concorrente direto, os fundos DI.
Para começar, a caderneta leva vantagem sobre as demais aplicações de renda fixa porque não recolhe Imposto de Renda (IR). A cada 30 dias, o investidor recebe na conta o crédito do rendimento correspondente à Taxa Referencial (TR) mais 0,5% de juro ao mês. A TR reflete o juro médio de uma cesta de Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
Nas aplicações de renda fixa, como os fundos DI, ou de renda fixa, o investidor que fizer retiradas recolhe o IR calculado sobre o rendimento nominal por alíquotas decrescentes, de acordo com o tempo de permanência do dinheiro na aplicação. A alíquota mais elevada é de 22,5%, para aplicação de até seis meses, e recua para 15% depois de dois anos, com alíquotas intermediárias de 20% (para um ano de aplicação) e 17,5% (18 meses).
Cálculos de especialistas do mercado financeiro apontam que, beneficiada pela isenção de IR, em geral a caderneta leva vantagem em rentabilidade sobre as demais aplicações de renda fixa, como os fundos DI, quando os juros que remuneram essas aplicações estiverem em torno ou abaixo do nível de 11% ao ano.
Além do desconto de IR, os fundos cobram a taxa de administração, referente ao serviço prestado pelo gestor da carteira, que pode levar fatia maior ou menor da rentabilidade do investidor, dependendo do nível da taxa cobrada. Pelas contas do administrador de investimentos Fábio Colombo, em investimento pelo prazo de seis meses, por exemplo, a caderneta será mais rentável na comparação com o fundo DI ou de renda fixa se a taxa de administração cobrada nesses produtos for acima de 2,5% ao ano.
"Entre 2% e 2,5% de taxa há equilíbrio de rentabilidade entre caderneta e fundos, não valendo a pena mudar de um fundo DI para a caderneta ou vice-versa", avalia Colombo. Para prazos acima de dois anos, em que a alíquota de IR é de 15%, o fundo levará vantagem sobre a caderneta se a taxa de administração for inferior a 3%; acima desse nível de taxa, a caderneta será mais rentável. De todo modo, não é indicada a migração de dinheiro já aplicado; a escolha é interessante apenas para o dinheiro novo disponível para investimento.
Outro ponto a ser considerado, na comparação da atratividade entre as duas aplicações, é a retomada de alta da taxa básica de juros. Após derrubar a taxa Selic até o nível de 11,25% ao ano, o BC retomou a alta que, de acordo com analistas de mercado, poderá conduzir o juro básico a algo próximo de 14% no fim do ano.
A taxa Selic, que corresponde ao juro das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), títulos pós-fixados da dívida pública, guarda correlação com os juros DI, cobrados nas transações interbancárias e referência para a remuneração dos fundos DI.
O analista de investimentos Eduardo Santalúcia comenta que o rendimento da caderneta e o dos fundos mantiveram relativo equilíbrio quando os juros estavam em queda. "Com a elevação dos juros, no entanto, os fundos DI passaram a render mais que a poupança, a menos que a taxa de administração seja muito alta." Santalúcia diz que, hoje, o fundo DI oferece mais proteção ao dinheiro novo, aquele disponível para aplicação, que um fundo de renda fixa, por exemplo. "Mas a caderneta é sempre indicada para o pequeno investidor."
(Fonte: O Estado de São Paulo, Tom Morooka)

segunda-feira, junho 02, 2008

Oscilação maior da Bolsa desafia investidor

Além de ser destaque em 2008 como uma das Bolsas que mais sobem no mundo, a Bovespa tem operado em seus maiores níveis da história. Nesse cenário, o investidor, especialmente o que não está acostumado às oscilações do mercado acionário, deve ter mais cautela do que nunca.
A instabilidade tem sido elevada nas últimas semanas, o que torna a Bolsa de Valores ainda mais arriscada. Segundo um índice calculado pela própria Bolsa paulista, o Ibovespa teve volatilidade de 32,11% em maio (até o dia 29). A média dos três meses anteriores mostrou índice de 30,28%. No período de um ano, o indicador ficou em 30,77%. Ou seja, a instabilidade tem aumentado.
O sobe-e-desce das ações acaba por trazer maiores dificuldades para se realizar projeções de investimento. Isso porque a volatilidade representa a intensidade e a freqüência das oscilações das cotações dos ativos (como as ações) em um determinado período. "As fortes variações nos preços das commodities têm trazido grande instabilidade à Bolsa brasileira", diz Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Galle avalia que neste momento os setores mais ligados ao mercado interno, como consumo e construção civil, podem ser mais interessantes que papéis mais tradicionais, como Petrobras e Vale, que tem subido bastante nos últimos tempos -o que pode acabar por limitar seu potencial de alta. Além disso, tanto a Petrobras como as ações do setor siderúrgico sofrem grande influência do desempenho das commodities no mercado internacional.
(Fonte: Folha de São Paulo, FABRICIO VIEIRA)